segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Operação conjunta investiga ligação de transportes clandestinos da região com PCC

Uma operação conjunta entre Delegacia Seccional do Litoral Norte, Polícia Civil de São Paulo e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Vale do Paraíba investiga um suposto envolvimento de transporte clandestino de vans, peruas e carros que atuam na região, com cooperativas instaladas no interior e na Grande São Paulo.

Segundo a Polícia Civil de São Paulo, investigações dão conta que cooperativas espalhadas em várias cidades e regiões do Estado, entre elas, o Litoral Norte, são investigadas por terem ligação com a facção criminosa paulista, o Primeiro Comando da Capital (PCC). Muitas delas, segundo o setor, funcionam clandestinamente.
O setor acredita que uma das principais fontes de renda do PCC é o mercado de lotações, como são genericamente chamados as vans e carros que circulam pelas cidades como uma alternativa ao transporte público coletivo.

As mesmas investigações apontam que no Litoral Norte o PCC já estaria infiltrado em áreas periféricas onde há comércio de drogas, com suposto envolvimento de líderes comunitários, políticos e transporte clandestino de veículos e perueiros.

De acordo com a Polícia Militar, são dois os pontos chaves no Litoral Norte para a prática deste delito: Boiçucanga, em São Sebastião, e ao lado da Rodoviária, em Caraguatatuba.

No primeiro local, o comércio clandestino é visível nos horários de pico (por volta das 7h e das 18h em ambos os sentidos). Já em Caraguatatuba, sem se importar com as empresas de ônibus, ao lado da Rodoviária funciona o que podemos estabelecer como o grande cartel do Litoral Norte.

Em entrevista à época, o delegado seccional do Litoral Norte, Múcio Mattos Alvarenga, informou que os tentáculos do PCC estão em todos os lugares, entre eles, no transporte clandestino. “Mesmo com trabalho que temos feito em parceria com o Ministério Público e a Polícia Militar, desmantelar a estrutura é difícil. São organizados e o patrimônio financeiro é grande. O crime se organiza na bagunça do Estado”.

Operação

Em setembro passado, a Polícia Civil de São Paulo realizou uma operação especial contra duas cooperativas de transporte alternativo de Taboão da Serra. As empresas são investigadas sob a suspeita de usar dois vereadores da cidade para lavar parte do dinheiro obtido pelo PCC com o tráfico de drogas em favelas da capital.

Na operação, Antônio Cesário da Silva, 32 anos, conhecido como ‘Piauí’, é investido na Coopertab (Cooperativa dos Motoristas Autônomos do Transporte Rodoviário de Taboão da Serra). ‘Piauí’ está preso na Penitenciária II de Presidente Wenceslau, no interior de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, da prisão, ‘Piauí’ ainda chefiava o tráfico de drogas em Paraisópolis.

Outra cooperativa em que a polícia apreendeu documentos e computadores foi a Coopergente, investigada sob a suspeita de lavar dinheiro do tráfico de drogas comandado por Antonio Fernando Eloy, 43 anos, o Nando, acusado de chefiar o PCC em cidades do extremo sul da região metropolitana. Nando é irmão do vereador José Luiz Eloi (PMDB), presidente da Câmara de Taboão da Serra e suspeito de repassar o dinheiro do crime para a Coopergente.

Juntas, Coopertab e Coopergente têm 115 micro-ônibus e transportam cerca de 30 mil pessoas por dia. A operação foi antecipada para setembro pois a polícia descobriu que donos de micro-ônibus ligados as duas cooperativa preparavam protestos para fechar a Rodovia Régis Bittencourt e que planejavam incendiar ônibus das empresas que operam na cidade.

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