segunda-feira, 30 de novembro de 2009

MP investiga máfia de merenda em Caraguá



O que parecia ser uma investigação normal de um sequestro pode levar a Polícia Civil de São Paulo a desvendar as ramificações da chamada máfia da merenda escolar.

Escutas telefônicas interceptadas pelo setor podem provar o pagamento de propinas e o financiamento ilegal de campanhas políticas em 21 cidades do Brasil, entre elas, Caraguatatuba.
O ilícito financeiro teria partido de duas empresas, a Verdurama e a SP Alimentação, acusadas pelo Ministério Público do Estado e MP Federal de terem ligações.

O promotor Orion Pereira Costa determinou o envio de cópias para os promotores de todas as cidades citadas para a apuração de “eventuais crimes”.

Para chegar às ligações, a Polícia Civil investigava o caso de uma empresária sequestrada em agosto do ano passado na zona Sul de São Paulo

Um dia após a ação, os sequestradores telefonaram (através de celular) para o marido da vítima e exigiram R$ 1 milhão de resgate. Os bandidos usaram um número com prefixo 8855, mas a polícia descobriu que naquele mesmo telefone celular havia sido colocado um chip com prefixo diferente.

Na investigação junto à operadora, policiais verificaram na lista de contatos desse número um telefone fixo e outro celular, de prefixo diferente. Em posse dessas informações, a Divisão Antissequestro (DAS) pediu a quebra do sigilo de todas as linhas, pois elas estariam em poder dos sequestradores.

Em 20 de setembro, a vítima foi libertada.
Mas os diálogos gravados entre os dias 2 e 17 de setembro motivaram uma nova investigação. Conversas interceptadas revelaram supostos esquemas comerciais para pagamento de propinas a secretários municipais e políticos de diversas cidades.

Um dos prefixos, segundo a investigação, estaria cadastrado em nome de Marco Antônio Tressoldi, ex-financeiro da Verdurama.

Um dos presos acusados do sequestro era quem arrumava os telefones clonados usados pela quadrilha e que foi parar nas mãos de Tressoldi que, segundo a polícia, aparece falando em cinco interceptações.
Outras duas pessoas, além de Tressoldi, aparecem nas escutas feitas pela polícia e que tem ou tinham ligação com a empresa: Genivaldo Marques dos Santos, o Tiquinho, sócio da empresa até o ano passado, e Luiz Cezar Gonçalves, um gestor contratado.

Segundo a Polícia Civil, nas conversas fica claro que os suspeitos tentaram se aproximar de candidatos a prefeito e ainda revelam a insatisfação com a qualidade da merenda fornecida em cidades como Porto Ferreira, Pindamonhangaba, Araçariguama, Monte Mor, todas no estado de São Paulo, e em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
A Delegacia de Caraguatatuba deve ouvir ainda na primeira quinzena de dezembro Luiz Cezar Gonçalves e Marco Antônio Tressoldi, intimados para serem ouvidos.

O advogado José Maria Trepat Cases, que defende a empresa Verdurama, informa que as conversas não revelam nenhum pagamento de propina. Já a SP Alimentação informou que “só vai se pronunciar pelas vias judiciais depois de ser informada oficialmente”.
A Prefeitura de Caraguatatuba esclareceu, via setor jurídico, que o contrato com a empresa citada foi feita por outra gestão, mas vai colaborar com as investigações. O contrato entre a Verdurama e a Prefeitura de Caraguatatuba foi rompido em março deste ano, por determinação da Justiça.

O ex-prefeito de Caraguatatuba, José Pereira de Aguilar (DEM) não foi localizado para comentar o assunto. Já o ex-secretário de Administração de Caraguatatuba e hoje vereador, Pedro Ivo (DEM), relatou à época da polêmica envolvendo a Prefeitura e a empresa ter apresentado todas as planilhas de custo e pagamentos feitos à empresa.

MP de Caraguá pediu rompimento do contrato; Câmara montou CPI e não encontrou irregularidades

A Verdurama prestou serviços de cesta básica e merenda escolar à Caraguatatuba desde 2000. Em 2005, por meio de processo de licitação, a empresa fechou contrato com a atual Administração no valor de R$ 8,923 milhões.

O contrato tinha vigência até 2009. Ao todo, eram atendidas 53 instituições públicas municipais e estaduais.
Baseado em uma denúncia de suposto superfaturamento e beneficiamento è empresa Verdurama, apresentada em outubro de 2007 pelo então vice-prefeito de Caraguatatuba, Lúcio Fernandes (PSB), o Ministério Público abriu inquérito para investigar o caso, concluindo pelo rompimento do contrato em março deste ano. Além disso, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi montada na Câmara de Caraguatatuba em 21 de novembro para investigar o caso. As oitivas, até que fosse apresentado o relatório final duraram quatro meses, documento entregue em 21 de março.

A CPI ouviu o autor da denúncia, o então vice-prefeito, Lúcio Fernandes, e a secretária de Educação à época e hoje vereadora Silmara Selma Mattiazzo (DEM), que disse apenas que elaborava a lista que irá compor a merenda, com a preocupação quanto à demanda e à qualidade nutricional. Os vereadores que formavam a CPI também ouviram o proprietário da Verdurama, Ari Campos Junior, e o secretário de Administração à época, Pedro Ivo.

O relatório final, que não encontrou indícios que evidenciassem as acusações, continha seis volumes e 142 páginas.

3 comentários:

  1. poderia dar telefone para contato ou ender para carta do promotor ou alguém que realmente tenha vontade de solucionar essa vergonha e punir realmente os verdadeiros culpados e não pessoas inocentes que estão pagando pelo que não deve.
    GOSTARIA QUE O PROMOTOR VISITASSE Á CIDADE DE PINDAMONHANGABA E PUNISSE TODOS OS CULPADOS... DE PREF O PROMOTOR ORION GOSTARIA QUE NOS DESSE O END DELE PARA CORRESP.

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  2. culdados dos inocente aqui em caraqua e 1 vergonhaaaaaaaaaaaaa.... e so quem e vidima que pode diser

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  3. Caraguá uma das cidades mais corruptas do Brasil

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