O diretor da Agência de Inteligência Americana (CIA), Leon Panetta, admitiu nesta terça-feira (3) que sua equipe usou técnica de “afogamento simulado” (waterboarding, em inglês) em presos que estão em prisões secretas para obter informações que levassem os Estados Unidos a localizar Osama Bin Laden, um dos homens mais procurados do mundo.
Em entrevista à rede de televisão “NBC”, o diretor ressaltou que as pistas que levaram os serviços de inteligência a encontrarem o esconderijo de Bin Laden vieram de “muitas fontes”, e não só dessa técnica de interrogatório.
“Neste caso, as técnicas de interrogatório coercitivas foram usadas contra alguns desses prisioneiros. Quanto ao debate sobre se poderíamos ter obtido as mesmas informações por outros meios, acho que esta sempre será uma questão em aberto”, afirmou Panetta.
Ao ser perguntado se nessas técnicas de interrogatório coercitivas se incluía o afogamento simulado, Panetta respondeu: “correto”.
Os críticos classificam “afogamento simulado” como tortura: consiste em amarrar um pedaço de pano ou plástico na boca do prisioneiro e, em seguida, derramar água sobre seu rosto. O detido começa a inalar água rapidamente, causando a sensação de afogamento.
O diretor da CIA esclareceu que as ordens do presidente Barack Obama na operação exigiam a morte de Bin Laden, e não apenas capturá-lo.
“Isso estava claro. Mas também estava, como parte das regras da operação, que se ele de repente levantasse as mãos e se rendesse, então teríamos a oportunidade, obviamente, de capturá-lo. Mas essa oportunidade nunca foi apresentada”, explicou.
Panetta ressaltou, além disso, que o governo paquistanês nunca soube nada sobre esta missão, pois os EUA a classificaram como “missão unilateral”.
“O presidente Obama tinha deixado muito claro aos paquistaneses que, se tivéssemos provas sólidas de onde estava localizado Bin Laden, entraríamos (em território paquistanês) por ele. E é justamente isso o que ocorreu”, afirmou o titular da CIA.
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