O 41º Distrito Policial (Vila Rica) foi fechado por cerca de duas horas e meia ontem sob a suspeita de que todos os 36 funcionários (delegados, escrivães e investigadores) da delegacia, na zona leste de SP, usavam a estrutura da Polícia Civil para manter um esquema de corrupção: aprCerca de 25 agentes do Ministério Público Estadual e da Corregedoria Geral da Polícia Civil, setor que tem a missão de investigar possíveis crimes cometidos por policiais civis, cercaram o distrito ontem das 10h às 12h30. Ninguém entrou ou saiu da delegacia. Ainda durante a operação, o delegado José Eduardo Ferreira Ielo, chefe do 41º DP, foi afastado do cargo.
O chefe dos investigadores e o escrivão-chefe também foram afastados -os nomes não foram divulgados. De acordo com o promotor Everton Luiz Zanella, os funcionários do 41º DP são investigados sob a suspeita de integrar uma quadrilha que mantinha carros apreendidos na delegacia, sem documentação da apreensão, para negociá-los.
A suspeita é que ficavam sem comprovante de apreensão para que os policiais exigissem dinheiro para liberá-los. Em alguns casos, carros apreendidos por falta de pagamento de financiamento, por exemplo, estavam sendo vendidos pelos policiais.
Toda vez que um veículo é apreendido, seja por falta de pagamento de impostos ou por ordem da Justiça por falta de pagamento, a polícia tem o dever de entregar ao seu dono ou responsável um documento que comprove a retenção do veículo na delegacia.
Segundo denúncia documentada com fotografias e entregue na quinta a promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), no pátio do 41º DP existiam 29 veículos sem documento de apreensão que eram usados para achaques.
Ontem, cinco carros irregulares foram achados na delegacia. Nenhum tinha a apreensão registrada. Os outros 24 veículos são procurados. Em alguns casos, policiais usavam os carros para fins particulares.
'Ganso preso'Na operação, o ex-escrivão da polícia V.A.C. foi preso quando tentava pular o muro dos fundos. No carro dele, foram encontrados R$ 50 mil em dinheiro, uma pequena quantidade de droga e um distintivo.
O ex-escrivão, segundo o promotor, era "ganso" (informante, na gíria) da delegacia. Ou seja, ganhava dinheiro para investigar e repassar dados sobre criminosos da região aos policiais, que, eventualmente, extorquiam dinheiro deles.
"Mesmo expulso da polícia, ele trabalhava aqui no 41º DP como se fosse um policial civil da ativa. Ele até dirigia carros da polícia e participava de operações", disse Zanella.
C. entrou na polícia em 2002. Foi demitido "a bem do serviço público" em 2007, acusado de irregularidades na apreensão de veículos. apreender carros de forma ilegal para negociá-los. FONTE:AGORA SP
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