Um escrivão foi preso acusado de matar um delegado com um tiro no abdome durante uma discussão, na tarde de ontem, dentro da Delegacia Seccional de Diadema, na região do ABC.
Chefe da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), o delegado Ricardo Jean Maluf, 49 anos, foi internado em estado grave e morreu no fim da noite de ontem no Hospital Municipal de Diadema (ABC).
O tiro foi disparado, segundo a polícia, pelo escrivão Henrique Dejol. De acordo com a apuração da Corregedoria Geral da Polícia Civil, a briga foi causada pelo desaparecimento de documentos de um inquérito policial em que os dois trabalhavam juntos.
Depois de ter sido socorrido por policiais da Dise, que fica dentro da delegacia seccional, Maluf foi submetido a uma cirurgia, mas não resistiu por conta da gravidade do ferimento, que lhe causou grande perda de sangue, de acordo com os médicos que o atenderam.
A corregedoria também afirmou que o delegado, antes de ser ferido na barriga por Dejol, havia sacado sua arma e ameaçado o escrivão de morte. Dejol baleou o delegado com a pistola da Polícia Civil que carregava. Ele foi preso em flagrante logo após o disparo por tentativa de homicídio, de acordo com Paulo Fortunato, delegado seccional de Diadema que assumiu o cargo na sexta-feira.
Como o delegado morreu horas depois do crime, o escrivão deverá ser indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar). Fortunato disse que o motivo real da briga ainda será investigado.
O escrivão foi transferido para o Presídio Especial da Polícia Civil, no Carandiru (zona norte de São Paulo). A reportagem não teve acesso ao escrivão e, até a conclusão desta edição, Dejol ainda não havia constituído advogado de defesa.
Cheque em brancoDe acordo com investigadores da Corregedoria da Polícia Civil, a discussão entre o delegado e o escrivão começou porque um cheque em branco, que era parte de um inquérito policial investigado na Dise de Diadema, teria desaparecido juntamente com outras provas importantes.
Maluf notou o sumiço dos documentos e cobrou providências de Dejol. O delegado estava prestes a deixar o comando da Dise de Diadema. Segundo informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública, ele seria transferido em breve para o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado).
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