A Polícia Civil investiga a possibilidade do assassinato do advogado Diego Luiz Berbare Bandeira, de 38 anos, ocorrido no último dia 23 de agosto, ter sido encomendado por um presidiário, de dentro do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Caraguatatuba.
O VALE apurou que a motivação do crime seria ciúmes. A atual mulher de Bandeira é ex-namorada de um traficante preso na unidade. O criminoso não teria aceitado fim do relacionamento. “A própria esposa dele levantou essa suspeita”, disse um policial que não quis se identificar.
Bandeira teria atuado como advogado do criminoso e se aproximou da mulher durante o processo. “O cara teria se sentido traído e já teria dito que mataria o advogado por isso.”
Investigação. Oficialmente, a Polícia Civil informa que já existe um suspeito do crime. “Não podemos divulgar o nome para não atrapalhar as investigações, mas muitos indícios levam a essa pessoa”, disse o delegado Maurício Avhener, responsável pelo caso.
O crime aconteceu no bairro Rio do Ouro, em Caraguá. Bandeira estava em frente à residência, conversando com um vizinho, quando dois homens chegaram em uma moto e dispararam 14 tiros contra ele. “A forma de agir dos assassinos dão indícios claros de que o crime foi encomendado”, afirmou Avhener.
“O próximo passo agora é cruzar as informações dos depoimentos com os laudos periciais que foram requisitados, para que não reste nenhuma dúvidas da autoria.”
Apesar da identificação do suspeito pela morte, o delegado informou que continua investigando outros possíveis motivos para o crime.
Denúncias. Para a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Caraguá, a morte de Bandeira teria ligação com sua atuação à frente da Comissão de Direitos Humanos.
No dia 19 de junho, durante uma reunião da comissão na Assembléia Legislativa de São Paulo, o advogado fez uma série de denúncias contra agentes penitenciários do CDP da cidade.
Segundo ele, os presos sofreriam com maus tratos e tortura por parte dos funcionários. Outra acusação feita por Bandeira, indicaria que policiais militares da cidade estariam forjando flagrantes de tráfico. Em um vídeo gravado durante a reunião, Bandeira citou nomes dos policiais envolvidos no esquema. Ele finaliza o depoimento dizendo que já teria sofrido ameaças por causa das apurações.
Transferência. A situação levou a OAB da cidade a pedir, no final de agosto, a transferência das investigações para o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa) da capital.
“Queremos que o caso seja investigado com total isenção, por isso achamos que transferir para São Paulo, garantiria isso”, disse, à época, a presidente da OAB de Caraguá, Gislayne Macedo de Almeida.
De acordo com a Polícia Civil, o pedido foi negado e o caso continua na cidade.
Bandeira era filho de um ex-delegado, já falecido, e irmão de um policial civil. Casado, ele deixou dois filhos menores de idade.
(Fonte: Jornal o Vale) (www.ovale.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário