quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ex-policiais suspeitos de matar por encomenda

Um grupo de cerca de dez ex-policiais militares e civis de São Paulo é investigado sob a suspeita de cometer assassinatos encomendados a um custo que variava de R$ 30 mil a R$ 50 mil por trabalho.

O Ministério Público Estadual diz acreditar que os crimes estejam ligados a jogos de azar, como bingos, caça-níqueis e o jogo do bicho. As vítimas seriam tanto policiais e ex-policiais que combatiam a prática ilegal como os que participavam dos esquemas.

A investigação diz que os suspeitos são chefiados pelo ex-PM Luiz Roberto Martins Gavião, 49 anos.

Nos anos 90, Gavião foi sócio em uma empresa de segurança particular do ex-delegado Paulo Sérgio Óppido Fleury, demitido da polícia paulista em junho por irregularidades administrativas. Fleury é suspeito de ser agenciador dos crimes do grupo.

Foi por meio dessa empresa que Gavião e Fleury contrataram, para atuar como segurança, o então PM Jairo Ramos dos Santos, 40 anos, suspeito de ser o executor das mortes por encomenda.

Jairo dos Santos saiu da PM nos anos 90 --foi preso usando nome falso num hospital de SP em abril deste ano após ser baleado em um tiroteio com o policial civil Douglas Noaldo Yamashita, 29 anos.

O Gaeco diz ter recolhido evidências contra o grupo ao apurar o roubo de 119 armas de um centro de treinamento de tiros particular de Ribeirão Pires (Grande SP), em 2009.

À polícia Jairo dos Santos confessou a morte de oito pessoas --três policiais civis e empresários. Ao investigar as mortes, os promotores descobriram que, em seis de oito assassinatos do qual o grupo é suspeito, foi usada a mesma arma, um fuzil calibre.223.

O fuzil que Jairo dos Santos teria usado para matar os policiais civis Ramiro Diniz Júnior, em agosto de 2009, e José Carlos dos Santos, em março de 2009, foi utilizado na morte de quatro PMs na Grande São Paulo.

Os dois policiais civis, além de Yamashita, ajudavam na investigação do roubo do arsenal, ocorrido em 5 de março de 2009. O roubo foi investigado por Fleury, na época no Denarc (departamento de narcóticos). Ele acusou o ex-PM Wellington Gonçalves Torquato, 38 anos, pelo crime. Este foi assassinado no dia 31 de março --sua morte ainda não está esclarecida.

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