Um colombiano de 50 anos, ex-integrante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que vivia na Bolívia, foi preso no último sábado, com mais quatro homens, na região da Penha, Zona Leste de São Paulo. Ele estava com 240 kg de cocaína escondidos no fundo falso de um caminhão. Um boliviano e um comerciante brasileiro foram capturados porque estavam com o colombiano em um Fiat Palio branco, escoltando o carregamento.
Em uma casa na Aclimação, Zona Sul, a polícia encontrou um laboratório de refino de drogas e apreendeu mais 43 kg de maconha, 1,5 kg de crack, além de cocaína. Segundo a polícia, os entorpecentes seriam levados para pontos dominados por uma facção criminosa que atua nos presídios paulistas.
De acordo com o delegado titular da 1ª Seccional (Centro), Aldo Galiano Júnior, o colombiano se juntou a outros dissidentes das Farc e iniciou sua escalada no tráfico internacional de drogas montando um cartel. "Ele tem contatos e leva cocaína pura da Colômbia para Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, onde estava vivendo. De lá, a droga entra no Brasil por Corumbá e chega até São Paulo".
A polícia começou a monitorar a quadrilha em setembro. O colombiano é acusado de ter matado 19 guerrilheiros das Farc para se vingar. "O pai dele era agropecuarista. Os guerrilheiros das Farc souberam disso e o mataram para tomar suas terras", contou o delegado. Jurado de morte, o criminoso tem medo mesmo na cadeia. "Ele tem certeza de que as Farc virão atrás dele aqui no Brasil", revelou Galiano. "Esse colombiano é um arquivo vivo de informações e tem consciência de que pode morrer a qualquer momento. Vamos pedir para que seja levado a um presídio federal.
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