O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Carlos Carrasco, disse, em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, que a polícia tem indícios de que um dos seis mortos na ação da Rota em um bar da Penha, na Zona Leste de São Paulo, na noite de ontem, teria sido executado por três integrantes de uma das equipes desta tropa de elite da Polícia Militar. "Temos indícios de que ele teria sido executado", afirmou Carrasco. As informações são do portal G1.
O diretor do DHPP, no entanto, afirmou que toda a ação da Rota no episódio "foi legítima". "Houve perseguição e troca de tiro em diversos lugares e não apenas no estacionamento do bar. E houve uma reação com a chegada da polícia", declarou. O coronel Salvador Madia, comandante da Rota, na entrevista falou em "conduta fora do padrão, um desvio de conduta", por parte dos seus comandados na ação. "Há indícios que estão sendo investigados pelo DHPP. O inquérito está sob sigilo", completou.
O coronel Rui Conegundes de Souza, corregedor da Polícia Militar, disse, por sua vez, que foi uma testemunha que entrou em contato com a sala de comunicação da corporação, o Copom, para avisar que um homem estava sendo agredido por policiais militares. "Após as primeiras investigações, concluímos que a equipe fez parte inicialmente da ação da Rota no bar na Penha. Deliberamos, então, pela prisão em flagrante destes policiais militares, que vão responder a um inquérito policial-militar (IPM) e inquérito criminal", disse Souza.
Teriam participado da suposta execução um sargento e dois soldados da Rota; um quarto integrante da mesma equipe teria permanecido no local da ação com outros três suspeitos que tinham sido presos - duas mulheres e um homem. No total, a primeira ação na qual seis equipes da Rota se envolveram resultou na morte de seis suspeitos e na prisão de três pessoas. Na segunda ocorrência, da equipe da Rota que teria supostamente participado da execução de um dos seis mortos, resultou em três policiais presos.
De acordo com o coronel Madia, a Rota recebeu uma denúncia anônima referente a uma reunião de integrantes de uma facção criminosa que iria organizar o resgate de um chefe, um traficante de drogas, que estava preso do CDP do Belém e que seria transferido para o presídio de Presidente Venceslau, no interior do estado.
O encontro seria no estacionamento de um bar na Penha. De acordo com Madia, ao chegarem ao local, os suspeitos reagiram à voz de prisão. Três foram presos, cinco fugiram e seis foram mortos na ação. O comandante da Rota negou que tenham ficado sabendo da reunião dos suspeitos por meio de grampo (escuta ilegal). "Não existe esse tipo de coisa (grampo), se não for com base na legalidade", ressaltou. Quanto ao número de mortos resultante do confronto, destacou: "Eu acredito em treinamento e capacitação".
O corregedor da PM, por sua vez, relatou que o Copom recebeu uma ligação de uma mulher que tinha sido avisada pelo filho de que uma pessoa estava sendo agredida por policiais militares em um local próximo à Rodovia Ayrton Senna, cerca de seis quilômetros distante da ação inicial da Rota. "Ela deu informações que PMs estavam com um civil, o mesmo que posteriormente entrou em óbito. Em princípio, esta equipe está junto na ação do Tiquatira (onde está localizado o bar da ação inicial)", disse Souza.
De dentro de casa, ela passou a observar a atitude dos policiais. "Ela descreveu as agressões e que ouviu disparos. Não estamos dizendo o local, porque a testemunha está sob proteção", explicou o corregedor.
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