O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, disse nesta terça-feira que os ataques ocorridos no fim de semana contra o quartel da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e contra o comandante do grupo de elite, coronel Paulo Telhada, são "fatos isolados", sem vínculo com o clima eleitoral. No Palácio dos Bandeirantes para uma reunião que ele classificou como "de rotina" com o governador Alberto Goldman, Ferreira Pinto também disse que atribuir as mortes registradas em confronto com a PM no início da semana a estes episódios de sábado e domingo é "pura maldade, que só aumenta a intranquilidade na população".
Ferreira Pinto disse que os policiais são constantemente alertados sobre manter a letalidade da ação policial sob controle, são homens honrados e de família e não estão revidando qualquer ataque até porque no atentado contra Telhada não houve morte, apenas tiros descoordenados contra o veículo.
Ferreira Pinto afirmou que não ocorrerá uma nova onda de ataques contra unidades policiais como a ocorrida em 2006. "Dois mil e seis é passado, falo isso sob o risco de cair no ridículo, mas diante da minha experiência de 34 anos como policial e como promotor público."
Mais cedo, em entrevista a jornalistas, o governador Alberto Goldman admitiu a possibilidade de o crime organizado utilizar o período eleitoral para promover inquietação. "A criminalidade procura trazer um certo grau de inquietação. Essa criminalidade mais ou menos organizada, não se sabe como está estruturada hoje, neste momento, sempre procura ações que possam trazer algum tipo de inquietação", afirmou Goldman.
Para Ferreira Pinto, essa possibilidade não existe. "Posso garantir que o clima organizado nem sequer conhece legislação eleitoral para se aproveitar dela. Estas questões são isoladas e não têm nenhuma vinculação com o sistema penitenciário", afirmou.
Ferreira Pinto afirmou que o ataque contra Telhada está sendo investigado, mas deixou claro que não entende o episódio no quartel da Rota como um ataque.
"Temos um caso isolado contra o coronel Telhada, que está sendo analisado. Fora isso, temos um caso do quartel da Rota. Me parece um despropósito dizer que é um ataque o indivíduo, de madrugada, dar tiros contra a parede lateral de um prédio tão portentoso quanto aquele. É um gesto que até agora não entendemos o significado a não ser buscar uma repercussão maior do que propriamente oferecer algum perigo. Jamais isso pode ser entendido como ataque."
Ferreira Pinto minimizou o fato de o homem que atirou contra o quartel da Rota ter tido um irmão ex-policial. "O irmão dele é ex-policial e saiu porque pediu baixa, exoneração. Não saiu por problemas disciplinares. Saiu por questão de convicção própria, interesse próprio. Então não há nenhuma relação com o fato de ele ter um irmão que é ex-policial."
Ferreira Pinto disse que a reunião com o governador também não tinha nada a ver com os ataques à polícia. "Vamos conversar sobre problemas administrativos. Sobre a construção de um museu da Polícia Militar, do centro cultural da PM naquela área do Parque Dom Pedro e que também vai contribuir para a reurbanização."
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