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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
PF foi avisada para prender acusados de matar Mércia, diz delegado
A Polícia Federal também foi acionada para tentar ajudar a prender os acusados de matar Mércia Nakashima, afirmou o delegado Antonio de Olim, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na manhã desta quarta-feira. Segundo Olim, o objetivo da PF será o de vigiar aeroportos e fronteiras para impedir qualquer fuga do Brasil.
O advogado Mizael Bispo de Souza e o vigia Evandro Bezerra Silva são procurados pela Polícia Civil desde a tarde de terça, quando tiveram a prisão decretada pela Justiça de Guarulhos, na Grande São Paulo.
“Temos uma preocupação também de os acusados não escaparem atravessando as fronteiras ou aeroportos do país”, disse Olim.
O delegado também declarou que vai prender quem ajudar os acusados de matar Mércia Nakashima a fugir. “Quem ajudar Mizael e Evandro a fugir ou se esconder, onde quer que seja e quem quer que seja, também está incorrendo em crime e será indiciado e detido”, afirmou.
Na sua sentença, o juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano também determinou que os réus sejam levados a júri popular. As defesas dos acusados devem entrar com recursos nos próximos dias no Tribunal de Justiça de São Paulo. Mizael e Evandro negam o crime.
“Fizemos buscas com o apoio de várias equipes da polícia na tarde de ontem (terça), vamos usar a partir de hoje (quarta) o serviço de inteligência e investigação para tentar localizar e prender os acusados”, disse Olim.
De acordo com o delegado do DHPP, Mizael e Evandro estariam escondidos em Guarulhos. “Os acusados fugiram cerca de 40 minutos depois de chegarmos às residências onde eles disseram que estariam. Recebemos os mandados de prisão na tarde de ontem (terça), mas quando chegamos às suas casas, os dois já haviam fugido. Com certeza, foram avisados por alguém”, afirmou o delegado Olim.
Para o juiz Leandro Bittencourt Cano, há “indícios suficientes de autoria” de Mizael e Evandro no assassinato de Mércia, que são “evidenciados pelas provas oral e documental”, para levá-los a julgamento popular e decretar a prisão deles. O magistrado relacionou, em sua decisão, ao menos 12 indícios da participação deles no crime.
Mizael tem 40 anos, é advogado, policial militar reformado, ex-namorado e ex-sócio de Mércia. Ele é apontado como o mentor do crime. Foi acusado de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. Segundo o Ministério Público, ele matou a advogada por ciúmes, já que não aceitava o fim do relacionamento.
Evandro, de 39 anos, trabalhava como vigilante em feiras livres para Mizael, e teria ajudado o advogado a cometer o assassinato. Ele responde por homicídio duplamente qualificado (emprego de meio insidioso ou cruel e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. De acordo com o promotor Rodrigo Merli Antunes, o vigia foi denunciado como partícipe porque sabia das intenções homicidas de Mizael e aceitou colaborar com a prática do crime.
Mércia desapareceu da casa dos avós em Guarulhos, em 23 de maio, quando saiu de carro. Após a denúncia feita por um pescador, o veículo e o corpo dela foram encontrados por bombeiros em uma represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, nos dias 10 e 11 de junho, respectivamente.
Não é a primeira vez que Mizael e Evandro têm a prisão decretada pela Justiça. O mesmo juiz chegou a determinar a preventiva deles em 3 de agosto. O advogado chegou a fugir e depois conseguiu a liberdade por conta de um habeas corpus do TJ-SP. O vigia chegou a ser preso em 9 de julho, quando afirmou que Mizael matou Mércia por ciúmes e falou que o ajudou a fugir da represa. Dias depois, revelou numa carta que foi torturado por policiais para confessar um crime que não cometeu. Os desembargadores revogaram a prisão de Evandro em 9 de agosto.
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