Claudemir Sant'Anna de Moraes, de 70 anos, se apresentou na terça-feira à tarde no 1º DP de São Vicente e confessou o homicídio de um jovem durante baile realizado domingo de madrugada, no Porto Marina Bar, situado na Avenida dos Tupiniquins, no Japuí.
Acompanhado do advogado Francisco Calixto dos Santos, o idoso disse que a arma disparou "casualmente, por infelicidade". O delegado Marcos Alexandre Alfino, titular do distrito, indiciou Claudemir por homicídio doloso e o liberou, porque não houve flagrante e nem há mandado de prisão contra o acusado.
A vítima do crime, Anderson da Conceição Santos, de 19 anos, levou um tiro na cabeça. Frequentadores do baile chegaram a socorrer o jovem, levando-o ao Hospital Municipal de São Vicente, porém, ele não resistiu à gravidade da lesão. Em interrogatório prestado à Polícia Civil e depois em entrevista concedida, Claudemir relatou que trabalha como vigilante no Clube de Pesca São Vicente há cerca de cinco anos.
O local trata-se de uma garagem náutica, cujo espaço físico é o mesmo onde se situa o Porto Marina Bar. Na madrugada do último domingo, ele estava de folga, porém, foi convidado para trabalhar extraordinariamente por causa do baile. A função do acusado seria a de vigiar o galpão onde ficam as embarcações, a fim de que nele não entrassem os frequentadores do baile.
Em dado momento, ainda conforme Claudemir, a vítima e outros rapazes iniciaram uma briga e o grupo foi em direção ao espaço restrito aos barcos. "Falei `aqui não', mas fui empurrado por um deles e caí no chão", detalhou o vigilante.
Com o propósito de se defender, segundo alegou, Claudemir apanhou um revólver calibre 38 que trazia em sua bolsa e ergueu a mão. Ele disse que não empunhava a arma, mas apenas a segurava de lado. Mesmo assim, o revólver disparou, sem que acionasse o gatilho.
Para o idoso, o tiro foi "acidental", acrescentando que a arma desapareceu durante a "confusão". Por fim, declarou que herdou o revólver do pai há cerca de 15 anos. O delegado Alfino contou que a autoria do crime estava esclarecida desde a madrugada de domingo.
Também na tarde de terça-feira, compareceu ao distrito o promotor de eventos Eduardo Camillo. Ele admitiu que promoveu o baile no Porto Marina Bar, mas se eximiu de qualquer responsabilidade pela morte do jovem. "Apenas fui contratado para organizar a parte artística da festa e divulgá-la. Bilheteria, segurança e assuntos relacionados ao alvará necessário para o evento não eram minhas atribuições", ressalvou.
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