O 87º Distrito Policial, em Pirituba (zona oeste de SP), investiga denúncia de estupro da adolescente 23225, 15 anos, dentro do Hospital Psiquiátrico Pinel. O crime teria sido cometido em 21 de fevereiro pelo segurança da guarita nº 2 do complexo manicomial.
23225 é o número do prontuário médico da menina, que foi internada no Pinel aos 11 anos com diagnóstico de "transtorno de conduta" e continua lá, quatro anos e três meses após ter alta, conforme revelou a "Folha de S.Paulo" no domingo.
A mãe de 23225 está presa por tráfico e roubo, a avó não a quer e a prefeitura não conseguiu, nestes quatro anos, achar um abrigo em condições de acolhê-la. O delegado João Batista Filogônio registrou a ocorrência como "estupro de vulnerável", que se caracteriza por manter "conjunção carnal com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento".
A reportagem apurou junto a funcionários do hospital psiquiátrico que 23225 os avisou do ocorrido ao ser vista na guarita do acusado. Na ocasião, dizem os funcionários, o suspeito admitiu. O acusado trabalha em uma empresa terceirizada. "Sumiu" depois do BO.
A menina foi levada ao Hospital Pérola Byington, onde fez exame de corpo de delito. O resultado ainda não saiu. O diretor do Pinel, Eduardo Guidolin, não deu entrevista, alegando que o caso corre em segredo de Justiça. A Secretaria de Estado da Saúde disse que o Pinel "afastou o profissional."
O promotor Francismar Lameza, da Vara da Infância e da Juventude do Foro Regional da Lapa, disse que "tem feito todos os esforços no sentido de obter vaga (...) em instituição que possa abrigá-la adequadamente". A prefeitura afirmou que conseguiu vaga num abrigo e a transferência "está em fase de preparação".
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