Um travesti foi preso nesta terça-feira em São Paulo por suspeita de causar a morte de outro travesti de 22 anos em dezembro do ano passado. Segundo a polícia, o preso era responsável por aplicações de silicone em rapazes que vinham de outros estados para se prostituírem na capital paulista.
As cirurgias eram feitas no apartamento do travesti preso, conhecido como Elba. Tudo ocorria sem auxílio médico. Era o próprio travesti que dava a anestesia e depois colocava o silicone ou botox. Cada aplicação custava R$ 300. Segundo as investigações, centenas de pessoas já se submeteram ao procedimento.
Os pacientes também eram travestis. Um deles morreu em dezembro depois de colocar silicone. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que o material gelatinoso injetado entupiu os vasos sanguíneos, causando uma embolia pulmonar. Por causa dessa morte, Elba vai responder por homicídio.
“Ela não nega, fala que ela avisa as consequências que pode haver, os riscos. Por isso que nós a pegamos e estamos indiciando por homicídio doloso”, explicou o delegado Arlindo José Negrão Vaz.
A Justiça decretou a prisão temporária do travesti por 30 dias. Quando os policiais chegaram ao apartamento, encontraram outros sete rapazes de vários estados do Brasil. Eles negaram que estivessem ali para aplicar silicone. Eles foram ouvidos e liberados.
A polícia chegou até Elba depois de desmontar um esquema de prostituição no mês passado, quando 75 travestis foram encontrados em duas pensões no Centro da cidade. A maioria tinha vindo de Belém (PA).
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