A Polícia Civil de Santos investiga um mercador de ossos humanos que age nos cemitérios de Santos. O principal suspeito é um pedreiro contratado para realizar a manutenção de campas, que estaria agindo no Cemitério Areia Branca. Para os investigadores, a facilidade de acesso aos locais onde ficam os despojos, após cinco anos do sepultamento, pode ser o principal motivo para o crime.
A Prefeitura de Santos nega a informação, justifica que a urna geral é restrita a funcionários e desconhece a participação de servidores nesse esquema. Os crânios, por exemplo, são muito usados por estudantes de medicina e em rituais de magia negra.
A investigação está sob o comando do delegado titular do 5º DP de Santos, Flávio Máximo. O suspeito de realizar tal ação chama-se Sidnei de Carvalho. Ele é um dos empreiteiros que estão autorizados a atuar no Areia Branca e deverá prestar depoimento nesta quarta-feira na delegacia. Os trabalhos de apuração devem ser encerrados em dez dias.
Já foram ouvidos pela polícia quatro trabalhadores da Areia Branca e uma florista do entorno do cemitério. “Uma das pessoas disse que Sidnei tinha livre acesso à urna geral e retirava crânios de lá. Explicou ainda que muitos funcionários de limpeza e coveiros sabem dessa prática”, destacou.
Sidnei estaria comercializando dentes por R$ 10,00 e crânio por um valor que variava de R$ 350,00 a R$ 600,00, segundo o estado de conservação, de acordo com um dos suspeitos. Os policiais apuraram também que o comércio de ossadas era de conhecimento de alguns servidores, com exceção daqueles que atuam na parte administrativa ou em cargos de chefia.
“Alguns sabiam disso, mas ficavam quietos, porque tinham medo do Sidnei. Relataram que este senhor já foi envolvido com drogas e é suspeito de cometer um estupro”, relata o delegado.
O suspeito de comercializar ossos recolhidos do Cemitério da Areia Branca foi funcionário da Prefeitura Municipal e trabalhava no cemitério. Foi exonerado, após constatar que realizava obras particulares em túmulos, o que é proibido por lei. Como era conhecido no local, passou a atuar como empreiteiro autônomo e acabou sendo contratado para fazer serviços de limpeza e manutenção de
campas.
Segundo o delegado Máximo, Sidnei pode ser enquadrado pelos crimes de vilipêndio de cadáver, furto e/ou destruição, subtração ou ocultação de cadáver. A pena, caso o suspeito seja condenado pela Justiça, pode variar de 1 a 10 anos de prisão. Ele também não descarta a participação de outras pessoas no mercado macabro.
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