Francisco Serafim Barros, 60 anos, suspeito de planejar a morte de um dos filhos em razão da disputa por um prêmio da Mega-Sena, foi libertado na noite de domingo, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Barros estava preso desde quinta-feira quando foi detido pela polícia em Cuiabá e foi solto neste domingo depois de prestar depoimento sobre o caso. Também foram liberados neste domingo quatro homens que, segundo a polícia, foram contratados para praticar o crime - que não chegou a ser executado.
Só permanece na prisão o outro filho do empresário suspeito, Fabiano Leão de Barros. Segundo o delegado, ele também está envolvido no esquema e foi autuado em flagrante por porte de armas. Pai e filho foram indiciados por formação de quadrilha, segundo o delegado.
Segundo as investigações, a desavença começou quando, em julho de 2006, em uma lotérica de Cuiabá, o filho apostou na Mega-Sena e acertou sozinho as seis dezenas. O prêmio era de R$ 28.244.624,32.
“Eu falei: ‘o que eu vou fazer com um dinheiro desse tamanho? Vou ligar para quem? Vou ligar para o meu pai’”, conta ele que, com medo de morrer, não quer se identificar.
O filho sortudo trabalhava como instalador de vidros: “Foi depositado na conta do meu pai, por ele ser um expert em administrar dinheiro. Eu tinha um monte de patrimônio, mas nada no meu nome. Tudo no nome dele”.
Quando o ganhador quis transferir a quantia, o pai não concordou e teve início uma briga judicial, há dois anos.
“Eu falei: ‘pai, eu quero tudo no meu nome’. Aí ele falou que não, que isso não era meu, era bem de família. O patrimônio que ele passou pra mim foi R$ 14 milhões em fazendas de gado”.
O vencedor dos R$ 28 milhões da Mega-Sena, que mora atualmente em Guiratinga, Mato Grosso, entrou na Justiça contra o pai. Quer todo o valor do prêmio de volta. O caso ainda está sendo analisado. A Justiça já determinou o bloqueio de bens de Francisco Serafim Barros.
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