Um cartaz chama a atenção de quem chega à ala feminina do Presídio Romão Gomes. “Senhores (as), por gentileza, NÃO batam na porta desta carceragem. Bebê a bordo! Obrigada. Ass: Feminino.” Lá, a soldado I., de 36 anos, vive com o filho, que nasceu em 30 de janeiro. O filho de I. é o primeiro bebê concebido atrás das grades do presídio militar.
Ela e o marido, o cabo M., de 39 anos, estavam presos lá desde 2007, aguardando julgamento por tentativa de homicídio. O casal violou normas e burlou a segurança interna para manter encontros íntimos. Cinco PMs que integravam a guarda da carceragem foram afastados e processados por facilitação de comunicação interna e prevaricação.
A chegada do bebê foi um susto. Mas a única grande mudança ocorreu na cela de I., com autorização do comandante do presídio , tenente-coronel Abaré Vaz de Lima. Ela colocou, ao lado de seu beliche, um berço com urso de pelúcia e almofada em forma de coração para aconchegar o filho. Também decorou o local como quarto de bebê. “Sempre quis ter um menino. Foi uma vitória”, diz I., que já era mãe de duas meninas, de 15 e 9 anos, do primeiro casamento.
Por lei, o bebê teria direito a ficar apenas seis meses com a mãe, morando na cadeia, mas a Justiça Militar pode autorizar a sua permanência no Romão por mais um semestre, até 2010.
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