quinta-feira, 24 de junho de 2010

Armas que seriam usadas em invasão de banco são israelenses

As armas apreendidas pela Polícia Federal (PF) em São José dos Campos e que seriam usadas por criminosos para invadir uma agência do Banco do Brasil são de fabricação israelense. Segundo a PF, quatro fuzis 556, três pistolas 9 mm e uma 45 foram trazidos ilegalmente ao país e acabaram encontrados por policiais militares na madrugada desta quarta-feira (23), em uma casa no Centro da cidade. Uma pessoa foi detida para averiguação, mas foi liberada.

Caso os criminosos sejam presos, eles serão indiciados por dois crimes: porte ilegal de arma de uso restrito e tráfico ilegal de armas. “Não houve a concretização do furto. Por isso, não serão indiciados por esse crime”, disse o delegado federal Ricardo Carneiro. Por causa da procedência das armas, será a Polícia Federal, e não a Polícia Civil, que irá investigar o caso.

A quadrilha planejava invadir o cofre do banco por meio de dois túneis subterrâneos. Um buraco foi aberto desde uma casa a poucos quarteirões da agência e, de lá, os criminosos tiveram acesso a uma galeria pluvial. De dentro da galeria, os ladrões abriram um outro buraco. “Eles chegaram perto do concreto sob o cofre”, revelou o capitão da Polícia Militar Adalto Martins.

Os planos foram frustrados graças ao alerta dado por funcionários do banco. Nos últimos 15 dias, vigilantes e outros trabalhadores estranharam barulhos vindos do chão e chamaram a PM. O setor de inteligência da corporação começou a averiguar a denúncia e acabou encontrando os túneis. Nesta madrugada, os policiais descobriram a casa que servia de base para a quadrilha, na Rua Antônio Sais. Lá foram encontrados, além das armas, ferramentas usadas na abertura do buraco e skates que serviam para o deslocamento no estreito túnel de cerca de 70 cm de diâmetro. “Uma sala estava com terra até o teto”, afirmou o major da PM Nilson Souza Silveira.

Por conta da maneira de agir, a PF não descarta a possibilidade da participação de membros de quadrilhas responsáveis por crimes semelhantes, como o que ocorreu em 2005, no Banco Central de Fortaleza, no Ceará. “Veremos se há alguma relação entre os casos”, acrescentou o delegado Carneiro. Na tarde desta quarta, peritos da PF circulavam pelas galerias para colher evidências que levem aos ladrões. A casa foi periciada durante a manhã.

Copa

Uma das hipóteses levantadas pela PM é que o grupo agiria na manhã de sexta-feira (25), no horário do jogo da Copa do Mundo entre as seleções do Brasil e de Portugal, ou durante o fim de semana. “Para cortar [o concreto], fariam muito barulho. Não podia ser de madrugada nem durante o dia. A Copa seria uma boa oportunidade", disse o major.

Apesar do ocorrido, a agência funcionou normalmente nesta quarta. O Banco do Brasil informou, através de sua assessoria de imprensa, que não vai se manifestar sobre o incidente.

Uma pessoa foi detida no início da manhã. Com a roupa suja, o homem despertou a suspeita da polícia por estar nas imediações da casa. No início da tarde, a PF descobriu que o detido, na verdade, é um interno de uma instituição psiquiátrica que havia fugido. Ele será encaminhado para a instituição.

Túnel foi usado em maior roubo a banco do país

O maior roubo da história do Brasil foi o do Banco Central de Fortaleza, no Ceará, em agosto de 2005. Os ladrões, que levaram R$ 164 milhões, escavaram um túnel de 80 metros de extensão que ligava uma casa ao BC da capital cearense. Foram encontrados R$ 500 mil enterrados em uma caixa de isopor em casa na cidade de São Miguel, no Rio Grande do Norte. Em outubro de 2005, Luiz Fernando Ribeiro, um dos líderes da ação, foi sequestrado e morto. Suspeita-se que ele tenha sido assassinado por policiais civis.

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