sexta-feira, 16 de julho de 2010

Briga de palmiteiros acaba em morte na Serra do Mar e polícia prende acusado pelo crime

Um homem foi preso pela policia na tarde da última quarta-feira, no bairro Perequê Mirim, acusado de ter matado com golpes de facão a um colega de trabalho em março deste ano. T.S., de 22 anos, teria cometido o crime enquanto trabalhava no corte de palmito na Serra do Mar, caracterizado como uma atividade ilegal, já que trata-se de uma área de Mata Atlântica.

A vítima, que ainda não foi identificada, seria um homem chamado João, também conhecido como Bodoque. Os restos mortais do homem, que tinha aproximadamente 47 anos, foram encontrados pela polícia no início da semana.

Conforme o delegado do 1º Distrito Policial de São Sebastião, Mauricio Ahvener de Siqueira e Silva, que acompanha o caso, tudo começou na última segunda-feira, quando uma pessoa resolveu denunciar o ocorrido. Ela ligou para a delegacia a fim de avisar que um crime foi cometido na Serra do Mar e que a ossada da vítima estaria no local. O delegado chamou a denunciante para prestar depoimento presencial, o que forneceu mais informações para a equipe de investigações. A partir dos fatos registrados, a policia conseguiu localizar os ossos, que estavam espalhados pela área indicada.

De acordo com a denúncia, G.M.M., teria contratado o grupo para cortar palmito. T.S., que é natural de Juquiá, veio para a região a fim de trabalhar nesse segmento. No dia do crime, ele e mais dois colegas de trabalho teriam entrado na mata no bairro Toque Toque Grande por volta das 9h30. Eles caminharam até as 15h30, quando pararam para montar um acampamento. Nesse momento, segundo informações, eles já teriam ingerido entre uma e duas garrafas de pinga.

Bodoque teria começado a uma discussão e falado que iria matar alguém naquele dia. Ele chegou a atirar para o alto com uma espingarda. S. o alertou que parasse de fazer as ameaças, senão ele quem iria morrer. Como o homem não parou de falar, T.S. pegou o facão e deu um golpe fatal no pescoço da vítima. Antes de morrer, Bodoque ainda teria perguntado por que o jovem fez isso, dizendo que estava apenas brincando.

O contratante do grupo teria sido informado do ocorrido, mas assim como o outro homem que presenciou o homicídio, foi ameaçado por S. para que não contassem nada sobre o crime. Ele afirmou ao delegado que por medo, não teria revelado ainda nada a polícia. Para chegar até o local do crime a equipe de busca caminhou cerca de 2h40, partindo de Toque Toque Pequeno.

Segundo o delegado, a partir de todas as informações e o encontro da ossada em meio a Mata Atlântica, a polícia começou a procurar pelo paradeiro do autor do homicídio, que acabou capturado em Caraguatatuba. Silva explicou que a polícia tem feito ações continuas também para evitar o corte do palmito, que destrói todo um ecossistema. Apesar disso, nesse caso específico o que está sendo investigado é o homicídio e não o envolvimento dos suspeitos com o corte ilegal do palmito. Pode ser que o Ministério Público resolva investir melhor o assunto.

Bodoque, a vítima, seria de Santa Rita, um bairro de Miracatu. Até o momento não se tem conhecimento de que familiares tenham registrado a busca pelo homem desaparecido desde março. Agora a polícia espera encontrar familiares para testar o DNA e concluir o inquérito. T.S., que confessou o crime, teve a prisão temporária decretada por 30 dias. Ele ficará recolhido na Cadeia Pública de Caraguatatuba até o fim desse período, quando o caso deverá ser concluído e a justiça defina a penalidade dele.

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