quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vinte e um suspeitos de abuso sexual e pedofilia na internet são presos

Levantamento parcial divulgado pela Polícia Federal nesta terça-feira mostra que 21 suspeitos de abuso sexual e pedofilia na internet foram presos durante a Operação Tapete Persa, deflagrada simultaneamente em 54 cidades de nove estados brasileiros.

Entre os presos há pelo menos duas pessoas com mais de 60 anos e um coronel de Polícia Militar. A PF informou que também deteve um menor de 18 anos.

Segundo a PF, o número de prisões é recorde no país para casos de pedofilia e ainda pode aumentar, já que pouco mais da metade dos 81 mandados de busca e apreensão haviam sido cumpridos pelos agentes até a divulgação do balanço. Um balanço geral da operação deve ser divulgado no fim do dia.

Cerca de 400 agentes federais foram destacados para atuar na operação, realizada em Alagoas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e no Distrito Federal.

Segundo o chefe do Grupo Especial de Combate aos Crimes de Ódio e à Pornografia Infantil na Internet (Gecop), delegado Stênio Santos Souza, São Paulo é o estado com o maior número de prisões até o momento. Apenas em Minas e em Santa Catarina os agentes não haviam registrado prisões. Três suspeitos que não foram localizados também foram indiciados pela PF.

Além de encontrar material de pedofilia nas residências dos suspeitos, os agentes encontraram drogas, armas e imagens que constatam a exploração de crianças por parte de parentes e vizinhos dos suspeitos. O que, segundo a PF, evidencia que além de fazer uso e repassar material pornográfico, os supostos pedófilos também abusavam de crianças. A soma dos crimes cometidos pelos suspeitos pode chegar a 15 anos, sem contar as penas por crime de estupro de vulnerável.

Operação

A Operação Tapete Persa foi deflagrada na manhã desta terça, mas a investigação que deu origem ao trabalho começou em janeiro de 2009. A ação tem caráter internacional e foi realizada em cooperação com a Interpol e a Polícia Criminal de Baden-Württenberg , localizada no sudoeste da Alemanha.

Durante a Operação Perserttepich & Collection, deflagrada em junho de 2009, a polícia alemã realizou o monitoramento de programas baseados em redes ponto-a-ponto (P2P) na Internet, utilizadas para o compartilhamento dos mais diversos arquivos digitais, dentre eles imagens e vídeos de violência sexual contra crianças e adolescentes.

O nome da operação faz alusão a um dos vídeos compartilhados pelos pedófilos, em que se notam imagens degradantes de uma criança de aproximadamente seis anos de idade sendo abusada sexualmente, tendo como pano de fundo um tapete persa, que também é o significado do vocábulo "perserttepich", em alemão.

Após realizar a varredura da rede mundial de computadores, em busca de criminosos que estariam distribuindo, compartilhando e divulgando tais materiais criminosos já conhecidos, a polícia alemã identificou milhares de usuários em todo o mundo, inclusive no Brasil, realizando a conduta ilícita.

Mediante cooperação internacional, os fatos foram informados à representação da Interpol, no final do ano de 2008 e, a partir desta, chegou ao conhecimento da Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal.

Ainda no primeiro semestre de 2009, a unidade central da PF para crimes de pedofilia iniciou investigações preliminares para identificação dos locais utilizados pelos suspeitos para cometimento dos crimes no Brasil e individualização de cada um das condutas praticadas.

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