Sirlei Menezes da Silva foi condenado na tarde desta terça-feira a 14 anos de prisão pela morte do rapper Sabotage. Ele foi considerado culpado pelo homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e impossibilidade de defesa à vítima).
A sentença foi lida pouco antes das 18h no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, pela juíza Fabíola de Oliveira Silva, da 1ª Vara do Júri.
O defensor público Marcelo Carneiro Novaes disse que irá recorrer da decisão. Durante o julgamento, ele declarou que o processo é uma "maracutaia" . Ele disse que a confissão à polícia foi feita sob coerção. “O Sabotage tem uma música que se chama maracutaia. E eu afirmo: esse processo é uma maracutaia."
O advogado apresentou ainda um ofício do Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer, que comprova que a mãe de Sirlei foi internada no dia 23 de janeiro de 2003, um dia antes do crime. Por volta das 5h do dia 24, segundo a defesa, ele estava pegando um trem para ir levar roupas para a mãe, o que impedia que ele estivesse na Avenida Abraão de Morais, na Zona Sul da capital, às 5h30, horário do crime.
Na segunda, Sirlei Menezes da Silva negou ter relação com a morte do rapper. Uma testemunha, no entanto, afirmou que o viu comemorando o assassinato em uma favela após o crime.
Sirlei Menezes da Silva já foi condenado a mais de cinco anos de prisão por roubo em 1994.
Sabotage, assassinado a tiros quando deixava a mulher no trabalho no bairro Bosque da Saúde, tinha 29 anos na época do assassinato. Cantor e compositor nascido em uma favela paulista, Sabotage compôs muitas músicas de cunho social, falando sobre drogas, violência e criminalidade. Sua estreia no cinema foi no filme “O Invasor”, de Beto Brant.
Também incorporou o personagem Fuinha em “Carandiru”, longa de Hector Babenco, que estreou meses depois da morte do rapper. O papel dele era de um detento viciado em drogas.
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