Um homem desempregado, de 40 anos, foi morto a golpes de marreta em sua própria casa na noite de quarta-feira, em Cidade Ademar, zona sul da capital paulista. Seu enteado, de 20 anos, ligou para a Polícia Militar e admitiu o crime, segundo informações da polícia. Outro enteado, de 18, assistia à televisão no quarto ao lado quando ouviu o barulho do golpe e flagrou o irmão com a marreta.
Felício Alexandre Benedicto, ex-segurança, estava na cama quando foi golpeado na cabeça por Carlos Rocha Barreto, segundo a polícia. Seu irmão, Paulo Cesar Rocha Barreto, tentou tirar a marreta das mãos de Carlos e correu para buscar ajuda de vizinhos, mas Felício morreu no local. Os dois jovens tinham sido apadrinhados ainda crianças pela vítima, quando eram órfãos e moradores de rua no centro da cidade, há 15 anos.
A família mora em uma residência alugada na Rua Fauré da Rocha desde fevereiro, quando sua casa antiga, na mesma rua, foi destruída pela enxurrada de um córrego em dia de chuva forte. Segundo vizinhos, Felício não era um homem violento e tinha boa relação com os moradores da região. Quando a polícia chegou, Carlos estava parado do lado de fora da casa - os policiais suspeitam que ele seja deficiente mental e usuário de drogas.
"Uma pessoa que tirou duas crianças da rua, trouxe pra casa, cuidou, deu comida, deu escola, não merece esse fim. Quem fez isso não devia estar no seu juízo certo", disse a vizinha Maria de Fátima de Lima Silva, 52 anos, amiga de Felício. Segundo o sargento Pedro de Oliveira, da 4ª Companhia do 3º Batalhão Metropolitano, Carlos não soube informar o motivo do crime enquanto era interrogado.
Seu irmão, segundo os policiais, acredita que foi "por maldade". Felício também tinha um filho de seu primeiro casamento, hoje comerciante, e uma mãe idosa que mora em Mogi Mirim, no interior do Estado.
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