A Justiça de São Paulo condenou ontem o médico Roger Abdelmassih, 67 anos, a 278 anos de prisão por ter estuprado ou violentado 37 mulheres entre 1995 e 2008.
A sentença considerou 48 ataques, consumados ou não. Algumas vítimas teriam sido abusadas mais de uma vez. Abdelmassih nega o crime. A defesa vai recorrer.
Apesar da condenação, o médico continuará em liberdade por força de uma liminar concedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no final do ano passado.
O mérito do pedido para que Abdelmassih fique em liberdade deve ser analisado em duas semanas. Se houver cassação da liminar, o médico deve voltar à prisão. Ele ficou preso entre agosto e dezembro de 2009.
Apesar de a condenação beirar a três séculos, a legislação impede que alguém fique preso além de 30 anos.
Até vir à tona os crimes, em 2009, Abdelmassih era tido com um dos maiores especialistas em reprodução assistida --e foi responsável pela gravidez de muitas personalidades.
Segundo a sentença, foi no seu consultório, e com parte das vítimas sedada, que foram cometidos os crimes. A clínica foi fechada neste ano.
De acordo com a juíza Kenarik Boujikian Felippe, não há dúvidas de que o médico cometeu os crimes. Abdelmassih foi denunciado por 56 ataques. A juíza considerou não haver provas robustas de apenas oito deles.
Na sentença, a juíza utilizou os termos para crimes sexuais contidos na lei da época em que os ataques teriam sido praticados.
Até 2009, estupro era crime praticado com penetração vaginal. Os outros atos eram considerados atentado violento ao pudor. As penas eram as mesmas. Pela legislação atual, seriam todos estupros.
Para o promotor José Mário Barbuto, a condenação era esperada. Ele ainda analisa se vai recorrer para pedir pena maior. Ele diz que o médico deve voltar à prisão pelo clamor público e para que a Justiça não fique "desacreditada".
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