quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Quarto dia de ataques deixa 19 mortos no Rio

No quarto dia da onda de ataques criminosos no Estado do Rio, 19 pessoas foram mortas. Desde domingo (21), já são 27 os mortos. Ao todo, 45 veículos foram incendiados, sendo nove apenas desde as 20h da noite desta quarta-feira (24).

Das 19 pessoas mortas nesta quarta, quatro morreram durante ação do Bope na Vila Cruzeiro (zona norte do Rio), considerada o principal reduto de traficantes na cidade. Entre essas vítimas está Rosângela Barbosa Alves, 14, morta por um tiro nas costas durante a incursão da tropa de elite da PM.

O hospital Getúlio Vargas, na Penha, recebeu vários moradores feridos, como Valdete Carvalho, 33, que levou um tiro na barriga.

O tiroteio deixou presas em uma escola da favela duas diretoras e sete alunos,os pais não conseguiam subir para buscar as crianças. Só após as 18h os responsáveis chegaram até o local e todos saíram.

Nas 13 operações desta quarta, que abrangeram 28 favelas, 15 pessoas morreram no confronto com a polícia.

Os ataques de criminosos a veículos se intensificaram na quarta. Em um dos casos, uma van que transportava 14 pessoas, o fogo foi ateado por dois homens antes que os passageiros deixassem o veículo. Quatro pessoas tiveram queimaduras leves.

Em outro, um ônibus incendiado em Vicente de Carvalho (zona Norte), foi achado um bilhete: "Se continuarem as UPPs, não vai ter Copa e nem Olimpíada".

Foram detidos 31 suspeitos de participação nos ataques, são 159 presos desde segunda. Houve a apreensão de 17 pistolas e revólveres, 9 fuzis, 1 espingarda, 1 submetralhadora, 1 granada, 2 bombas caseiras, mais de 1 t de drogas (maconha, cocaína e crack) e material inflamável.

O governador Sérgio Cabral (PMDB) afirmou ao "Jornal Nacional" que a Marinha dará apoio no combate aos ataques na Vila Cruzeiro. Segundo ele, não haverá ação de militares, mas "apoio logístico com transporte, viaturas e equipamentos".

Disse que os ataques são "um ato de desespero" porque os criminosos "enfraquecidos e perdendo território". "Não vão nos inibir. Vamos seguir com o trabalho de pacificação de diversas comunidades", disse à CBN.

Na segunda-feira (22), o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, disse que novos ataques podem acontecer de 'traficantes emburrados', em retaliação às UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) e a transferência de presos para presídios federais.

As operações continuam nesta quinta-feira (25). O comandante-geral da PM, Mário Sérgio Duarte, cassou as folgas durante a crise. Estão de prontidão 17,5 mil homens.

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