A mãe suspeita de torturar a filha de 4 anos e simular que a criança tinha câncer para poder arrecadar doações foi levada para a cadeia de Votorantim, no interior de São Paulo, nesta quarta-feira. Edilaine Vieira, de 20 anos, foi detida após a Justiça decretar sua prisão preventiva.
O caso ocorreu em Sorocaba, também no interior paulista, e foi denunciado por missionárias de uma igreja evangélica que começou uma campanha para arrecadar donativos e dinheiro para o suposto tratamento do câncer. Elas conseguiram uma consulta no Hospital do Câncer Infantil, onde os médicos detectaram que a criança nunca teve a doença.
A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Jaime Valmer de Freitas, após pedido da Polícia Civil. A mãe foi indiciada pelo crime de tortura e por submissão da criança a constrangimento, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente.
A criança foi ouvida pela delegada nesta segunda-feira e disse que a mãe fazia cortes com uma faca de cozinha. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) confirmou que as cicatrizes são de ferimentos provocados por instrumento cortante.
“Ela realmente afirma que a mãe fazia os curativos e provocou as lesões com faca. A gente observa que já foram cicatrizadas, não são lesões pequenas. Uma tem 7,5 centímetros de extensão. Lesões que, para uma pessoa leiga, seriam sugestivas de uma cirurgia prévia na região abdominal”, disse a delegada Jaqueline Coutinho, responsável pelo caso.
No depoimento à polícia, a mulher negou que tenha machucado a filha e disse saber que a menina não tinha câncer. Ela não explicou por que pediu ajuda à igreja e negou que tenha praticado violência. Ela disse que está grávida de quatro meses e admitiu que não tem condições de ficar com as crianças. A menina vítima de maus tratos e a irmã, de 2 anos, estão em um abrigo.
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