"Não vi a cor desse dinheiro", disse ontem o gari José Navarro Alves, 55 anos. Ele é avô das duas crianças mortas no final de semana pelo pai --que pouco antes do crime escreveu uma carta à mãe de sua ex-mulher dizendo que tinha pago velório das crianças. O assassino se matou depois de esfaquear os filhos.
O crime aconteceu na cidade de Jaú (287 km de SP). O dinheiro, segundo a carta, teria sido depositado na conta de Alves. O manuscrito, de cinco páginas, citava inclusive o número da conta. Alves, porém, afirma que o dinheiro prometido pelo vendedor não chegou.
O gari teve de negociar com a funerária o pagamento do enterro de Nathan Gabriel Barreto, 9 anos, e Ana Beatriz Barreto, 5 anos. "Dei três cheques de R$ 433, mas não tenho isso tudo", conta Alves. "Pedi para o rapaz da funerária esperar um pouco porque eu vou fazer empréstimo na Caixa."
Alves reclama da Justiça. Segundo ele, apesar de a Lei Maria da Penha impedir o acusado de se aproximar de sua filha, Barreto podia ficar com os filhos.
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