O juiz da 2ª Vara Criminal de Franca, Wagner Carvalho Lima, aceitou ontem a denúncia oferecida pelo promotor José Lourenço Alves contra o padre José Afonso Dé, da paróquia São Vicente de Paulo, de Franca (400 km de São Paulo), pela suposta prática de crimes sexuais contra oito adolescentes que atuavam como coroinhas.
O promotor se baseou no inquérito policial que indiciou o padre de 74 anos por estupro de vulnerável e violência sexual mediante fraude. Os jovens ajudavam o padre nas missas ou estavam sendo preparados para a vocação sacerdotal. Segundo o promotor, "essa autoridade e ascendência do padre sobre os adolescentes é causa de aumento da pena a ser eventualmente aplicada".
Nos primeiros depoimentos à polícia, os menores afirmaram que os abusos aconteceram na casa paroquial --disseram que o padre os beijava e tocava seus genitais.
Segundo o bispo da Diocese de Franca, dom Pedro Luiz Stringhini, a Nunciatura Apostólica --equivalente a uma embaixada do Vaticano no Brasil foi notificada. Sobre a denúncia feita pela Promotoria, o bispo não se manifestou.
Afastado da atividade eclesiástica desde o final de março, o padre Dé negou ter abusado dos menores e disse que talvez seu jeito afetivo de ser tenha sido mal-interpretado.
Agora, o juiz vai abrir prazo para a defesa do padre se manifestar. Eduardo Caleiro, advogado do padre, não quis se pronunciar. Disse apenas que vai esperar a notificação.
O padre também será ouvido pela CPI da Pedofilia.
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