Desde a madrugada de quarta-feira, cinco pessoas foram alvo de tiros em São Vicente. Entre as vítimas, três morreram. De acordo com a polícia, todos os atentados podem estar relacionados.
Dois dos alvejados eram policiais militares e um deles teria participado de uma ocorrência no Morro São Bento, em Santos, que resultou na morte de um marginal. Segundo a polícia, os comparsas teriam vingado a morte do companheiro.
O delegado Marcos Alexandre Alfino, que acompanha e investiga os casos na Cidade, afirma que as circunstâncias em que os fatos ocorreram serão apuradas e busca ainda provas técnicas e materiais que possam fornecer subsídios para chegar na autoria dos atentados. Segundo ele, uma das vítimas, a única que sobreviveu aos tiros, vai ser peça chave nas investigações. “Nós estamos indo entrevistar esta vítima para que ela possa também nos fornecer algum subsídio”, afirma.
Segundo o delegado, as testemunhas não informaram como os crimes teriam acontecido. “Por isso que nós temos equipes de investigação na rua, para tentar nos trazer placas ou então descrições dos bandidos e para que a gente possa, em uma segunda etapa, tentar identificar essas pessoas”, relata.
Entre as vítimas, apenas Éder Pereira de Almeira, de 28 anos, que estava em um bar na Avenida Capitão Luis Herneaux, possuía passagem pela polícia. O rapaz teria sido vítima de uma execução.”O que nos causa estranheza é que existiam outras pessoas dentro do bar e nada foi subtraído”, afirma Alfino.
Segundo ele, como os outros dois atentados, na Rua Carlos Gomes, no Parque Sâo Vicente e na Rua Palmeira dos Índios, no Catiapoã, não tiveram testemunhas oculares, a polícia utilizará os familiares para descobrir se as vítimas estavam sofrendo ameaças ou sendo perseguidas para então traçar uma linha de investigação.
Até agora, uma pessoa foi presa. Itamar Flávio Flamil teve sua prisão temporária decretada na quarta-feira e, segundo a polícia, ele tem participação nos três crimes envolvendo policiais militares.
“Nossos superiores hierárquicos foram comunicados e também já estão tomando providências no sentido de elucidar todos os fatos que estão ocorrendo e cessar essa onda de violência”, afirma Alfino.
Na madrugada de quarta-feira, por volta das 2 horas, o policial Caio Castro de Abreu, da Força Tática de Santos, ficou gravemente ferido após ser atingido por tiros, um deles na coluna. O carro que ele dirigia foi emparelhado por outro veículo, onde estavam os bandidos armados.
Pouco mais de uma hora depois, Angelo Santos Cruz, de 29 anos, também policial militar, morreu ao ser atingido por um tiro de fuzil na cabeça, no Parque São Vicente. Ele saía de casa, ainda na Rua Frei Gaspar, mas desta vez no encontro da Rua Carlos Gomes, a cerca de 1,3 Km de distância do primeiro crime.
No final da tarde de quarta, em um bar na Avenida Capitão Luís Horneaux de Moura, no Jardim Guassú, outra vítima, identificada como Éder Pereira de Almeira, de 28 anos, jogava sinuca com um grupo de amigos quando dois homens encapuzados armados invadiram o local.
Já próximo das 23 horas, o estudante Jéferson Carlos de Araújo, de 22 anos, foi executado à queima-roupa na Rua Carlos Gomes, no Parque São Vicente. A vítima estava de bicicleta quando foi surpreendida por homens armados, que dispararam cerca de cinco tiros. Ele já estava morto quando a polícia chegou.
Entre as duas execuções no início da noite desta quarta-feira, José Ailton de Fraga, de 25 anos, foi alvo de três disparos de arma de fogo na Rua Palmeira dos Índios, no Catiapoã. Ainda vivo ele foi levado para o Hospital Municipal da Cidade, onde foi submetido a uma cirurgia e passa bem.
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