O dramaturgo Mario Bortolotto, de 47 anos, continua internado em estado grave, mas estável, na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia, no Centro de São Paulo, de acordo com o boletim médico das 8h deste domingo informado pela assessoria de imprensa do hospital.
O autor de teatro foi baleado por volta das 5h30 de sábado após reagir a um assalto ao Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt. Ele foi atingido no coração, pescoço e ombro e passou por cirurgia para a retirada das balas que o atingiram. Teriam sido três. O próximo boletim médico sobre seu estado de saúde será divulgado por volta das 14 horas.
Quatro homens armados invadiram o local, fizeram 20 pessoas, entre clientes e funcionários, reféns e fugiram levando um paletó e um molho de chaves do vigia do bar do teatro. Ninguém foi preso. Mesmo assim, imagens do circuito interno de câmeras do local onde as vítimas estavam gravou o assalto. Por meio das imagens, a Polícia Civil divulgou o rosto do homem acusado de fazer os disparos contra Bortolotto. O suspeito é um homem que usa boné.
Durante a ação dos criminosos, o ilustrador Henrique Figueiroa, de 30 anos – que usa o pseudônimo de Carlos Carcarah - também foi atingido pelos disparos. Segundo informou neste domingo a assessoria de imprensa do hospital Sírio Libanês, onde ele está internado, o ilustrador está em observação, passa bem e deve ter alta na segunda.
Nascido em Londrina, no Paraná, Mário Bortolotto é um dos mais respeitados dramaturgos da cena teatral brasileira, autor de cerca de 27 montagens. Com textos modernos, que misturam elementos do rock, dos quadrinhos e do cinema, já foi premiado pelo conjunto de sua obra pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), além de ter recebido o prêmio Shell de Teatro pelo espetáculo “Nossa vida não vale um Chevrolet”, em 2008.
Bortolotto também é escritor e já lançou quatro livros: a coletânea de poesias “Para os inocentes que ficaram em casa” e os romances “Mamãe não voltou do supermercado”, “Bagana na chuva” e “Atire no dramaturgo”. Este último, lançado em 2006, reúne os textos que ele escreve em seu blog homônimo há 5 anos.
O autor também costuma se apresentar na noite paulistana com sua banda de rock, a Saco de Ratos Blues, que mistura poesia e canções pouco conhecidas de artistas como Itamar Assumpção e Cazuza.
Atualmente, no Espaço Satyros, na mesma praça Roosevelt, há uma peça de Bortolotto em cartaz, “A lua é minha”. Com direção de Luis Eduardo Frin, o espetáculo conta a história de um artista plástico em crise e sua relação com uma jovem que se apresenta como musa.
O dramaturgo também é autor da peça “O natimorto”, adaptação do romance de Lourenço Mutarelli, “A frente fria que traz a chuva” e “Getsêmani”.
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