sexta-feira, 9 de abril de 2010

Por unanimidade, Câmara de São José aprova proibição das "pulseiras do sexo" na Rede Municipal de Ensino

Foi aprovado nesta quinta-feira (8) à noite, na Câmara Municipal de São José dos Campos, por unanimidade, o projeto de lei que proíbe o uso de pulseiras coloridas, conhecidas como "pulseiras do sexo", na Rede Municipal de Ensino do município.

O projeto, de autoria do vereador Alexandre da Farmácia (PR), será encaminhado nesta sexta (9) ao Poder Executivo, e o prefeito Eduardo Cury tem 15 dias úteis para sancioná-lo ou vetá-lo.

As pulseiras são parte de um jogo. Para cada uma das 11 cores disponíveis, há um significado. “Dourada vale tudo. A branca quer dizer que a menina escolhe. A pulseira preta significa sexo”, conta Letícia Miyzuno, de 14 anos.

Elas são baratas e não é difícil encontrá-las à venda. As regras do jogo estão na internet. Quem puxa e rompe a pulseira de outra pessoa pode cobrar o que a cor da pulseira significa. Tudo, teoricamente, na base do faz de conta. “Tudo depende do respeito e da liberdade que você dá para as pessoas. Se você não dá liberdade, é melhor nem deixar aproximar”, ressalta Jorge Panissa, de 15 anos.

Código das cores

Amarela - abraço
Rosa - mostrar parte íntima do corpo
Laranja - "dentada de amor"
Roxa - beijo
Vermelha - lap dance
Verde - sexo oral
Branca - a menina escolhe
Azul - sexo oral
Preta - sexo

Quando foi moda nos Estados Unidos, há sete anos, a pulseira foi proibida na Flórida. No Brasil, a proibição é polêmica. “Se está chegando ao ponto dessa consequência, acho que tem que proibir mesmo”, afirmou uma jovem. “Não é porque eu vou usar uma pulseirinha preta, sabendo o significado dela, que é isso que eu quero fazer. Eu posso usar aquilo por um enfeite, para combinar com a minha roupa, com o meu sapato”, observa Karina Nogueira, de 17 anos.

A psicóloga Alessandra Silva acha que proibir não adianta e aposta tudo no diálogo entre pais e filhos. “Não estamos falando de um problema relacionado apenas ao uso de uma pulseira, mas sobre aquilo que está por detrás do uso, que é a questão da sexualidade indiscriminada, que é a falta de respeito pelo direito que o outro tem sobre sua própria sexualidade. E isso, na verdade, é desenvolvido na medida em que os pais conversem abertamente sobre a questão da sexualidade, e falem sobre isso de forma positiva”, orienta a psicóloga.

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