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O advogado e assistente de acusação do processo que julga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, José Arteiro Cavalcante Lima, protocolou no início da semana passada, na segunda-feira, no Tribunal de Justiça de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, uma denúncia de que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, teria um plano para matar a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que preside o processo; o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil; e o próprio Arteiro.
Segundo o advogado, ele ficou sabendo da informação por meio de um detento que dividia a cela com o Bola na Penitenciária Nelson Hungria. “A mulher dele [do preso] me ligou na quinta-feira dizendo que o marido dela queria conversar comigo a respeito de um assunto que me interessaria. Achei que fosse sobre trabalho e na sexta-feira fui à penitenciária, mas ele [o detento] me falou sobre o plano”, contou Arteiro.
Os planos de Bola, segundo Arteiro, seriam as mortes dos três da juíza, do delegado e dele mesmo e mais de dois policiais civis do Grupo de Resposta Especial (GRE). “De acordo com [...] seríamos mortos porque estamos prejudicando a vida dele [do Bola]”, afirmou o advogado.
Segundo o documento protocolado por Arteiro na Justiça, Bola teria entrado em contato com traficantes do Rio de Janeiro para que viessem a Minas Gerais e matassem as supostas vítimas.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e o órgão disse que Marixa encaminhará a denúncia para a Corregedoria Geral de Justiça para que as providências cabíveis sejam tomadas.
O delegado Edson Moreira disse à reportagem que ficou sabendo do fato por meio da imprensa e que conversará com Arteiro para se inteirar melhor sobre o assunto. Moreira falou também que entrará em contato com os seus superiores e que o caso será investigado por outro delegado.
Já a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que Bola e o companheiro de cela foram transferidos na última quarta-feira para a Penitenciária Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, e que estão em ambientes separados.
A assessoria afirmou também que a mudança nada tem a ver com o fato envolvendo os dois detentos e que este tipo de alteração “é feita por causa da gestão de vagas dentro do sistema prisional, da movimentação que acontece no sistema”.
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