terça-feira, 26 de abril de 2011

Sobe para R$ 11 mil recompensa por suspeita de matar dois maridos no RJ


A recompensa por informações que levem à prisão da advogada Heloísa Gonçalves Duque Soares Ribeiro, acusada, entre outros crimes, de matar dois maridos, no Rio de Janeiro, subiu nesta segunda-feira de R$ 2 mil para R$ 11 mil. As informações foram confirmadas pelo Disque-Denúncia. Segundo a central, a advogada também é suspeita de estelionato.

Heloísa ficou conhecida como “viúva-negra” por causa dos vários crimes de que é acusada: quatro homicídios e duas tentativas de homicídio. Ela também já assinou como Heloísa Saad e Heloísa Borba Gonçalves. A viúva-negra é uma espécie de aranha cuja fêmea mata o macho após a cópula.

Ainda de acordo com o Disque-Denúncia, a advogada foi condenada a mais de 19 anos de prisão pela 19ª Vara Criminal. A recompensa aumentou, segundo a central, devido à falta de informações e da periculosidade da criminosa.

A recompensa será paga somente por informações passadas exclusivamente ao Disque-Denúncia. Quem tiver qualquer informação que auxilie nas investigações e ajude a Polícia a localizar e prender Heloísa, pode ligar para o Disque-Denúncia através do telefone (21) 2253-1177. O serviço funciona 24 horas e garante o anonimato.

Maridos e namorados eram alvos

Em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe negou um pedido de habeas corpus em 2009, está o resumo do histórico de crimes da advogada já registrados na Justiça. Ela foi denunciada pela morte de Jorge Ribeiro, um dos maridos; é a principal suspeita da morte do ex-namorado Wargih Murad, que descobriu seu passado suspeito, e do pedreiro que o acompanhava na ocasião; é acusada ainda de tentar matar o filho de Wargih, Elie Murad, e de mandar matar o detetive por ele contratado para investigar a morte do pai, Luiz Marques da Mota.

Ainda de acordo com o STF, Heloísa teve um marido, Irineu Duque Soares, assassinado em 1983, em Magé, meses depois de ter se casado com ela, com pacto nupcial de comunhão total de bens. Na época, após seu depoimento à delegacia, o crime foi registrado como latrocínio.

O documento afirma ainda que um de seus companheiros e pai de alguns de seus filhos, Carlos Pinto da Silva, chegou a ser denunciado por crimes patrimoniais junto com Heloísa e acabou sofrendo uma tentativa de homicídio durante uma viagem com ela a Salvador. Na época, ele chegou a acusá-la de ser a responsável pelos tiros que o atingiram. A viúva-negra já foi denunciada também por fraude do INSS.

Bígama, tentou registrar o mesmo filho com dois pais

Heloísa já foi condenada por bigamia. Quando era casada com o militar Jorge Ribeiro, casou-se, ao mesmo tempo, com o comerciante aposentado Nicolau Saad, que morreu pouco tempo depois. Com idade avançada, sua morte foi tida como natural. Ela passou, então, a usar uma antiga procuração do marido para transferir imóveis do falecido e acabou condenada por falsidade ideológica.

Enquanto mantinha os dois relacionamentos, Heloísa engravidou e, segundo o Tribunal de Justiça do Rio, induziu os dois a registrarem a criança. Em 1992, Jorge Ribeiro foi assassinado a pauladas, com as mãos amarradas, em uma sala comercial de propriedade dele, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Heloísa, que estava separada de Ribeiro, é acusada de ser a mandante, ajudar na execução do crime e facilitar a fuga do assassino. O motivo do assassinato seria os bens da vítima.

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