O principal suspeito de ter assassinado as irmãs Josely e Juliana, em Cunha, no interior de São Paulo, admitiu durante breve conversa com os jornalistas na tarde desta segunda-feira (que está arrependido. Em depoimento dado à polícia após a sua prisão, feita na casa da sua irmã, durante esta madrugada, na zona rural de Cunha, Ananias dos Santos alegou que as duas vítimas o hostilizavam.
“As meninas o hostilizavam: ‘você é fedorento, você é fedido’, diziam”, afirmou a delegada titular da Seccional de Guaratinguetá, Sandra Maria Vergal. Quando indagada se ela acreditava nessa motivação, a delegada afirmou: “Acredito que outro motivo ele há de ter de mais forte, como a da não correspondência do amor [que ele sentiria por uma das irmãs]. Eu acredito, mas ele não afirma”, acrescento Sandra.
Quando perguntado pelos repórteres se estaria arrependido do crime, ele confirmou acenando positivamente com a cabeça. Ele era considerado foragido da Justiça por roubos cometidos entre 2002 e 2003 em Lorena e Cachoeira Paulista, no Vale do Paraíba, no interior paulista, onde atuou em uma quadrilha conhecida como "Irmãos Metralha", segundo a polícia. Ananias era foragido do Presídio Edgar de Magalhães Noronha, em Tremembé, também no interior, para onde não voltou depois de uma saída temporária de Páscoa, em 2009.
Ananias disse ter cometido o crime sozinho, negou ter violentado as meninas e descartou a participação de uma ex-namorada no duplo homicídio. O crime foi planejado durante a semana em que antecedeu a execução, segundo a polícia.
No dia 23 de março, as irmãs, sob ameaça, caminharam pelo meio do mato na companhia do suspeito até o ponto em que elas foram executadas. As garotas foram abordadas quando desciam do ônibus que as traziam da escola. Os corpos foram encontrados cinco dias depois.
O suspeito, que desapareceu depois do crime, disse ter ficado o tempo todo na zona rural de Cunha. A polícia informou que ele passava o dia em tendas construídas em propriedades rurais e que, durante a noite, voltava para dormir na casa de familiares. Os policiais voltaram à residência dos pais e da irmã de Ananias, onde o encontraram nesta madrugada. Aos policiais, ele afirmou onde havia guardado a carabina calibre 22 embaixo de uma pedra.
A delegada afirmou que Ananias é um tipo frio que não pode ser contrariado. Ele deve ficar na cadeia pública de Guaratinguetá à disposição da polícia. Sandra não descarta que sejam feitas acareações e a reconstituição do crime nos próximos dias. A polícia aguarda ainda os laudos periciais para concluir o inquérito. A carabina, encontrada nesta segunda, também será submetida à perícia.
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