O motorista da van que capotou na Rodovia dos Tamoios já havia trabalhado durante 15 horas no momento do acidente. A batida com uma carreta foi na quarta-feira à noite e cinco pessoas morreram.
Os corpos das cinco vítimas foram levados para o IML da cidade e liberados para o velório durante a tarde. João Batista dos Santos é parente de duas vítimas. A irmã dele, Conceição Bortolini, de 45 anos, acompanhava a filha, Danielle, de 13 anos, em um tratamento de uma doença cardíaca.
Segundo João, elas se mudaram de Minas Gerais para o litoral paulista justamente para conseguir atendimento médico. “Ela veio para cá para ter recursos, porque lá em Minas não tem muitos recursos, ficou em casa 10 dias e estava indo e voltando”.
A van da prefeitura de Caraguatatuba retornava de São Paulo com 12 pacientes que passaram por hospitais da capital. A viagem terminou na primeira curva da serra da Tamoios. A van bateu numa carreta e capotou. “Invadiu a minha pista, e bateu o lado dela na frente da carreta, como saiu o eixo eu perdi o controle e desci a ribanceira,” conta o motorista da carreta Vanoir de Souza.
Durante o dia, a carreta e muitos pertences ainda estavam na estrada. Oito pessoas ficaram feridas e foram atendidas no Hospital Stella Maris, em Caraguatatuba.
Esse grave acidente trouxe à tona um problema sério do sistema de saúde da cidade: a falta de atendimento médico especializado. Todos os dias, cerca de 140 pacientes deixam Caraguatatuba em carros da prefeitura para fazer consultas e exames em outros municípios.
É o caso de Isabela, que na quarta-feira (27) estava em São Paulo, com outra van do município. Ela conta que a viagem é cansativa para os pacientes e para os motoristas.
“Eles dizem que param na Santa Casa para descansar um pouco, mas se um paciente que chegou às 7h00 da manhã já é liberado às 10h00, ele já liga para o motorista, então o motorista nem dorme,” relata a dona de casa Isabela Carlete.
O motorista não quis dar entrevista, mas a família confirmou que no dia do acidente ele entrou para trabalhar às 7 horas da manhã. No momento da batida, ele completava 15 horas em serviço.
O excesso de trabalho dos motoristas foi citado na última reunião do Conselho Municipal de Saúde (COMUS), no dia 13 de abril. O COMUS recomendou à prefeitura o envio de um relatório para avaliação do quantitativo de horas dos trabalhadores. “Até agora ninguém forneceu nada, avisamos tanto, acontece uma catástrofe como essa. E agora, quem é o culpado?”, contesta Joel da Silva, do COMUS.
O secretário adjunto de Saúde nega que o motorista estivesse cansado, mesmo depois de 15 horas de trabalho. “Foi uma excepcionalidade este horário ter atingido 15 horas, por conta do atraso de um paciente no hospital de São Paulo no momento da saída. Normalmente a van que sai de Caraguatatuba 7h00, por voltas das 17h00-18h00 ela já está de volta em Caraguá,” explica o secretário adjunto de saúde Sérgio Braz.
O secretário disse também que vai contratar mais motoristas que já foram aprovados num concurso, e que solicitou ao governo do estado a ampliação dos serviços do Ambulatório de Especialidades (Ame) para que menos pacientes precisem se deslocar para outras cidades.
O governo do estado informou que o Ame de Caraguá está cumprindo o papel de atender toda a demanda de média complexidade, e que as necessidades da região foram definidas através de um estudo.
Cinco vítimas ainda estão internadas.
a ame atende e manda para fora muitos pacientes pra relizar exames e cirurgias,o motorista só tava fazendo o serviço dele e infelizmente aconteceu o acidente.deveriamos ter um hospital de grande porte pra atender a populaçao,pois o stella maris ja nao tem mas lugar.a populaçao tem que lutar por um novo hospital.meus sentimentos a todos familiares
ResponderExcluirNão vou julgar mas os dois estão errados... comentários dizem que esse AME não resolve e esse motorista é meio "atrevido" no volante. Fatalidade? Ah seus hipócritas, quando acontece uma tragédia dessas aew sim ficam questionando as situações diversas, menos quem deveria ser realmente punido por isso.Voces sabem muito bem quem.
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