sábado, 17 de outubro de 2009

Ex-vereador é preso por tráfico de drogas no Itatinga

Três homens sozinhos e em atitudes suspeitas na quadra de futebol de areia do Centro de Lazer do Itatinga, situada na Região Central do município.

Condição favorável para uma abordagem policial, mas que no final, terminou em surpresa para moradores e autoridades. Isso porque, entre os envolvidos estava o ex-vereador Marcelo dos Santos Mattos, 37 anos, afastado da Câmara Municipal em 2006 por denúncias de extorção e detido em flagrante com 58 buchas de maconha, o equivalente a 72 gramas do entorpecente. A prisão dele ocorreu no início da noite de quinta-feira, por volta das 19h, e foi realizada por homens da Força Tática, grupo de operações especiais da Polícia Militar.

No momento em que o ex-vereador foi abordado, PM’s informaram que era desenvolvida a “Operação Impacto”, que consiste em um reforço do patrulhamento pelas imediações.

Os PM’s detalharam que se dividiram para que os três pudessem ser abordados e não tivessem tempo de fugir. Enquanto um soldado ficou na viatura com o papel de vigiar toda a ação, outro ficou responsável por revistar dois, que estavam um pouco mais distantes, mas que ao final, não tiveram nada de irregular localizado e foram liberados.

Já o sargento do grupo foi o que cercou Mattos e encontrou as 58 buchas de maconha divididas nos bolsos de sua calça. Além disso, os policiais destacaram que em um dos bolsos também havia R$ 23 e em sua carteira mais R$ 45 em dinheiro. Como a quantia total de R$ 68 estava divida em notas pequenas de R$2, R$ 5 e R$ 10, o flagrante reforçou a hipótese de que o ex-parlamentar sebastianense estava comercializando os entorpecentes pelo local.

Também conhecido como “Marcelo Marinho”, o ex-vereador ainda teria tentado disfarçar enquanto os policiais aproximavam. Segundo os homens do Tático, ele fazia gestos com um de seus dois celulares, fingindo estar ao telefone com outra pessoa.

Ainda no campo de futebol, Mattos disse aos PM’s que trabalhava para a prefeitura e que havia comprado as drogas momentos antes. Porém, por ter medo de uma retaliação, apenas enfatizou que não poderia fornecer mais detalhes sobre de quem teria comprado a maconha apreendida.

No 1º Distrito da Polícia Civil, situado no bairro Vila Amélia, o ex-vereador também evitou fornecer mais dados sobre a ocorrência, mas diferentemente dos esclarecimentos feitos aos policiais no Itatinga, informou aos investigadores em depoimento que não estava comercializando e que a prisão seria um engano. Segundo ele, estava no local apenas para tirar fotos do campo de futebol, mesmo não estando com câmera fotográfica.

Na unidade policial, Mattos chegou a atender a reportagem e a confirmar a versão dada aos investigadores. No entanto, questionado sobre o flagrante, mais uma vez evitou detalhes. “É melhor falar com a minha advogada”, resumiu.

Já a advogada do ex-vereador, Petula Kinape Emmerich, confirmou a versão de seu cliente no 1º DP. “Ele é inocente e foi abordado por engano”, reforçou. “Vamos entrar na Justiça e fazer o que for possível para esclarecer esse assunto”, acrescentou.Apesar da surpresa, não é a primeira vez que Mattos é preso. No dia 25 de abril de 2006, ele foi detido sob o acusado de concussão (extorsão) pelo empresário Kramer Caldeira de Moura. Segundo a Polícia, ele foi encontrado na sala da residência do empresário, no bairro São Francisco, após receber, junto com os assessores Gilvan José da Silva e José Antonio Ferreira Filho, a quantia de R$ 10 mil, proveniente de uma solicitação para não apresentar um requerimento na Câmara Municipal pedindo explicações à prefeitura sobre o funcionamento da Pedreira Krafer e das empresas Latina e Concretex.

Petula também era advogada do ex-vereador no caso e havia afirmado que Marcelo foi à casa do empresário para “dar explicações sobre o requerimento que estava apresentando na Câmara Municipal e acabou sendo surpreendido” com o pedido de dinheiro e a posterior ação da polícia.

Depois disso, Mattos enfrentou uma série de questionamentos por parte dos vereadores, por meio de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), que foi instalada na Câmara e resultou em seu afastamento. Na época, Mattos era vereador pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), mas foi eleito com 608 votos pelo Partido Progressista (PP), que apoiou a candidatura do ex-prefeito Paulo Julião.

Pouco tempo após ocupar a cadeira na Câmara, Mattos, já eleito 1º secretário da Mesa Diretora, passou a apoiar o atual prefeito Juan Garcia e a integrar a base de apoio do governo. Ao votar contra o projeto das Zonas de Especial Interesse Social (Zeis), o ex-parlamentar voltou a atuar na oposição. Morador da Topolândia, ele também já foi presidente da Sociedade Amigos da Topolândia. Mattos é filho do ex-vereador Marinho.

Um comentário:

  1. Com pesar tal notícia de uma pessoa que tinha tudo para brilhar e infelizmente escolheu o caminho do mal.
    Nunca se interessou em estudar, afastou-se da família, abandonou um filho que hoje é universitário e orgulho para toda sua família, foge da pensão, da justiça, sempre com mentiras.
    Realmente a vida ensina, quem sabe depois de tantos episódios infelizes em sua vida por culpa própria ele perceba que só há um caminho: de DEUS, do BEM, do AMOR, da HONESTIDADE...

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