quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Polícia deu 3 versões para prisão de ex-promotor

A Polícia Civil de São Paulo formalizou três versões diferentes para a prisão do ex-promotor Igor Ferreira da Silva, 42 anos. A família dele diz que todas estão erradas. Silva foi condenado pela morte de sua mulher Patrícia Aggio Longo, grávida de sete meses, e fugia há mais de oito anos.

No primeiro BO (boletim de ocorrência), de número 3449, registrado às 16h05 de anteontem, a polícia diz que Silva se apresentou espontaneamente no 31º DP (Vila Carrão) para ser preso.

Já às 17h16, um segundo BO (3451) foi feito afirmando que policiais civis prenderam o ex-promotor, na casa de seus familiares. A polícia, segundo o registro, teria recebido uma denúncia anônima.

A terceira versão foi apresentada em uma entrevista coletiva, realizada horas depois. Nela, a polícia disse que a delegada Adanzil Limonta havia recebido uma denúncia anônima em seu celular e encontrado Silva parado na rua Dentista Barreto, na Vila Carrão (zona leste de SP), sem dinheiro nem documentos.

A polícia ressaltou na ocasião que a equipe de Adanzil faz parte do novo sistema de atendimento em implantação nas delegacias para melhorar a eficiência da polícia.

O delegado Nelson Guimarães, titular da 5ª Delegacia Seccional, afirmou que os dois BOs registrados estão errados e que a versão correta é a que Silva foi capturado na rua devido a uma denúncia anônima. Ele disse que um delegado cometeu um erro devido à importância da prisão. "Mas esse erro não ajuda nem prejudica ninguém, o que importa é que ele [Silva] foi preso".

Já a família do ex-promotor diz que nenhuma das versões está certa, pois Silva teria se entregado com ajuda de seus irmãos à delegada Adanzil, que é amiga da família há muitos anos.

"Eles inverteram a história. A verdade é que há muito tempo ele está propenso a se apresentar e resolver os problemas dele com a Justiça. Ele ligou para a polícia, marcou um encontro e esperou nessa esquina", disse Henrique Ferreira da Silva Filho, pai do ex-promotor. Ele defende a inocência do filho e até escreveu um livro sobre o tema.

Segundo a família, uma das motivações para Silva se entregar foi a polícia ter revistado a casa de sua mãe há cerca de um mês --o que a teria deixado traumatizada.

O delegado Guimarães afirmou que a polícia não investigará se foi mesmo Silva quem decidiu se entregar.

Semiaberto
Silva foi transferido ontem para a Penitenciária 2 de Tremembé (147 km de SP), que é de regime fechado. Segundo a procuradora Valderez Abbud, em três anos ele tem o direito de pedir para cumprir a pena em regime semiaberto.

Ela disse ainda que a fuga fez com que um dos crimes pelo qual foi condenado (de aborto do bebê da vítima, cuja pena é 3 anos e três meses) prescrevesse. Ele deve cumprir 18 anos de pena.

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