Uma menina de sete anos com distúrbios de comportamento foi detida pela Ronda Escolar da Polícia Militar e levada a uma delegacia em Campinas (93 km de SP). O episódio ocorreu após ela brigar com uma colega de sala e se exaltar com funcionários da escola estadual onde cursa a segunda série.
A mãe da criança, a diarista Madalena Ludovico, 45 anos, disse que ela passou 40 minutos na delegacia e 20 minutos no carro da PM. Só foi liberada após um irmão de 21 anos assinar um termo na delegacia. Madalena afirma que a PM foi acionada pela direção do colégio, o que foi negado pela Secretaria de Estado da Educação. "Coincidentemente, os policiais chegaram à escola para visita de rotina no momento em que se deram os fatos", informou a secretaria.
O caso ocorreu na quarta-feira na Escola Estadual Disnei Francisco, em um bairro de classe média baixa de Campinas. A Secretaria da Educação afirmou que vai apurar "os procedimentos adotados pela diretoria da escola".
Madalena disse estar "chocada", já que a escola sabe que sua filha tem hiperatividade, faz tratamento psiquiátrico na Unicamp e toma dois remédios diariamente --um calmante e outro para manter a concentração. A direção confirmou, por meio da secretaria, saber da hiperatividade.
A diarista confirmou que a filha brigou com uma colega e que já havia tido rixas com outras crianças. "Ela disse que pediu um doce a uma coleguinha, que não deu. Minha filha tomou o doce e começou a briga." Ela afirmou que vai processar o Estado e cobrou o afastamento da direção da escola. Madalena diz que pensa em tirar a menina do colégio. O Conselho Tutelar de Campinas informou que vai cobrar explicações da escola e da PM. Segundo o órgão, crianças com menos de 12 anos não podem ser levadas a uma delegacia. A escola disse que só a Secretaria da Educação se manifestaria.
Em nota, a PM informou que a menina estava "descontrolada" e que só foi levada à delegacia após os policiais "esgotarem todos os recursos para acionar a família da menina". Disse ainda que uma funcionária do Conselho Tutelar orientou os policiais a "encaminhar as partes" à delegacia, o que foi negado pelo órgão.
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