Com capacidade para abrigar 6.000 detentos provisórios, as 195 cadeias públicas do Estado de SP têm hoje 9.500 presos (58% a mais), conforme dados da Secretaria da Segurança Pública. Em alguns lugares, os detentos precisam se revezar para dormir em velhos colchões estendidos pelo chão de celas com no máximo 20 m2.
O cenário encontrado em Jundiaí, onde um juiz ameaça soltar até o fim do mês os 500 detentos da cadeia local (que estão num espaço construído para 120) caso a superlotação não seja resolvida pela gestão José Serra (PSDB), é comum em outras cadeias paulistas.
A carceragem da delegacia de Miguelópolis (na região de Ribeirão Preto), por exemplo, está 566% acima da sua capacidade. São três celas que deveriam abrigar ao todo 12 detentos. Hoje, 68 homens estão presos.
O caso de Jundiaí não foi o primeiro que teve a interferência direta da Justiça numa cadeia pública. Em Cotia (Grande SP), outro magistrado interditou parcialmente em julho a cadeia local.
O governo usa dois argumentos para explicar a superlotação: o alto índice de prisões (foram 100 mil em 2008) e a dificuldade em construir presídios e CDPs (Centros de Detenção Provisória), por haver resistência dos prefeitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário