sábado, 17 de outubro de 2009

Presos têm que se revezar para dormir em cadeias do Estado

Com capacidade para abrigar 6.000 detentos provisórios, as 195 cadeias públicas do Estado de SP têm hoje 9.500 presos (58% a mais), conforme dados da Secretaria da Segurança Pública. Em alguns lugares, os detentos precisam se revezar para dormir em velhos colchões estendidos pelo chão de celas com no máximo 20 m2.

O cenário encontrado em Jundiaí, onde um juiz ameaça soltar até o fim do mês os 500 detentos da cadeia local (que estão num espaço construído para 120) caso a superlotação não seja resolvida pela gestão José Serra (PSDB), é comum em outras cadeias paulistas.

A carceragem da delegacia de Miguelópolis (na região de Ribeirão Preto), por exemplo, está 566% acima da sua capacidade. São três celas que deveriam abrigar ao todo 12 detentos. Hoje, 68 homens estão presos.

O caso de Jundiaí não foi o primeiro que teve a interferência direta da Justiça numa cadeia pública. Em Cotia (Grande SP), outro magistrado interditou parcialmente em julho a cadeia local.

O governo usa dois argumentos para explicar a superlotação: o alto índice de prisões (foram 100 mil em 2008) e a dificuldade em construir presídios e CDPs (Centros de Detenção Provisória), por haver resistência dos prefeitos.

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