Uma discussão familiar, anteontem à noite, em Sorocaba (99 km de SP), levou o advogado Paulo Fernando Coelho Fleury, 47 anos, irmão do ex-governador paulista Luiz Antônio Fleury Filho, a matar o próprio filho, Paulo Fernando Coelho Fleury Filho, 20. Após dar um tiro na axila direita do rapaz, o pai se matou com um disparo na cabeça. Ambos morreram na hora.
Segundo a polícia, a discussão entre os dois se deu na sala da casa onde moravam, no Jardim América, bairro nobre, entre as 20h30 e as 21h, e teria sido presenciada pela mulher e pelas outras duas filhas do advogado.
Como ainda não ouviu a família das vítimas, a polícia diz não ter certeza do motivo da briga entre pai e filho. Na noite anterior ao crime, porém, Fleury Filho, que cursava o primeiro ano de direto na Fadi (Faculdade de Direito de Sorocaba), teria discutido com o pai por ter batido um Gol cinza da família.
Como ainda não sabe se o advogado pegou o revólver já com a intenção de matar o filho, a polícia trabalha com duas principais hipóteses: ou o pai teria ameaçado o filho com o revólver e a arma disparou acidentalmente ou teria tentado dar um tiro "de advertência", que acabou acertando o rapaz. Apesar disso, a tese de disparo proposital não é descartada.
O delegado seccional de Sorocaba, André Moron, que trabalhou com o ex-delegado Fleury antes de ele deixar a polícia, mora a três quadras da casa das vítimas e foi um dos primeiros policiais a chegar ao local após o crime.
"Todas as evidências apontam para uma tragédia familiar. Os dois corpos estavam caídos, próximos um do outro, com a arma ao lado do pai. A certeza que a gente teve foi essa: ele matou o filho e, no desespero, vendo o que tinha feito, se suicidou", diz.
"Agora, o porquê da discussão ou se houve brigas anteriores são detalhes que só a mulher e as duas filhas vão esclarecer", afirma Moron.
De acordo com ele, a arma usada no crime, um revólver 32, foi apreendida. "Para nós, a propriedade dessa arma foi até uma surpresa, porque, mesmo como policial, ele [Fleury] nunca gostou de andar armado. Vamos verificar se esse revólver era dele, se tinha registro."
Praticamente toda a cúpula da Polícia Civil de Sorocaba, entre delegados e investigadores, esteve na casa do advogado depois do crime, segundo o delegado. "Não só a polícia, mas a sociedade como um todo recebeu a notícia com surpresa e consternação. Ele nunca foi uma pessoa violenta, agressiva", diz Moron. "Muito pelo contrário, era uma pessoa de fino trato, de boa educação. O filho também não tem nenhum histórico de agressividade."
O enterro de pai e filho ocorreu às 13h de ontem, no cemitério Pax, em Sorocaba, onde estiveram, além do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho, vários políticos da região.
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