quarta-feira, 6 de abril de 2011

Polícia investiga agressão em casa noturna de Guarujá


A Polícia Civil apura uma suposta agressão envolvendo cliente e seguranças de uma casa noturna em Guarujá. O incidente aconteceu na madrugada de domingo na Casa Café Del Mar. O proprietário do estabelecimento nega a ocorrência e afirma que a confusão envolveu apenas clientes.

Morador de Santos, o ambulante Murilo Vilelo Batista, de 23 anos, havia saído de casa com amigos para conhecer pela primeira vez a casa noturna.

O que era para ser uma noite prazerosa entre amigos acabou se transformando em um pesadelo para o rapaz, que acabou sendo agredido e hoje passa por uma série de exames custeados pelo próprio bolso - ele não tem plano de saúde.

Acompanhado de amigos e da namorada, Murilo conta que estava com um deles, que acidentalmente quebrou um dos vidros de uma porta do estabelecimento. Abordado por seguranças da casa, o grupo informou que pagaria o conserto.

O custo foi rateado entre os amigos, que segundo o ambulante, se dirigiram para um dos caixas da casa noturna. Na fila, um dos seguranças teria abordado o rapaz acusado de danificar a porta do estabelecimento. Vendo que seu amigo seria agredido, Murilo gritou para o segurança parar.

"Pagamos o conserto. Tenho a nota fiscal que comprova que saiu R$ 50,00. Mesmo assim, um dos seguranças veio e me deu um soco na cara", disse Murilo.

O ambulante afirma ter sido agredido em uma área isolada da casa noturna e, como ficou desacordado, acredita que possa ter sido vítima de agressão no estoque do Café Del Mar. Ainda de acordo com a vítima, sua namorada e a irmã do amigo foram impedidas de entrar na sala onde teria havido a agressão.

Após a agressão, Murilo conta que acordou sem seus sapatos e carteira. "Pedi para me devolverem o que era meu e fui embora pelas portas do fundo da casa".

A cunhada do autônomo, a estudante Suellen Carneiro Marinho, de 21 anos, estava no local e disse que cerca de 10 seguranças teriam levado alguns jovens para uma sala dentro do estabelecimento, "um quartinho com entrada restrita, acessível somente aos funcionários".

"Ele foi agredido covardemente por cerca de dez seguranças da casa que o espancaram com chutes e socos, que causaram diversas lesões pelo corpo todo, mas principalmente na face".

Ainda conforme a cunhada da vítima, as agressões foram presenciadas por testemunhas e também por um dos responsáveis pela casa noturna.

Na sequência, a vítima se dirigiu à Delegacia Sede de Guarujá para registrar um boletim de ocorrência contra a casa. No local, o grupo teria sido informado que são recorrentes casos envolvendo o estabelecimento.

O ambulante passou por uma série de exames de tomografia e raio-X no último domingo e segunda-feira. "Estou fazendo acompanhamento médico. Uma parte dos exames precisei custear do meu próprio bolso", explicou.

"Vou tentar procurar meus direitos. Não quero que isso aconteça com outras pessoas. Quero inicialmente conversar com a casa porque fui agredido injustamente e por causa disso estou sem trabalhar", relatou.

Procurado pela reportagem para comentar o episódio, o proprietário da casa noturna, Gledson Albuquerque, disse que a confusão não teve nenhuma participação dos seguranças do estabelecimento. Ele alega que a briga começou depois que Murilo tentou furar a fila para pagar a conta e se desentendeu com outro cliente.

"Tenho 32 câmeras de segurança na casa e diversas delas flagraram a briga entre eles. Os meus seguranças apenas o colocaram para fora da casa, sem nenhum tipo de agressão. Coloco minha mão no fogo por eles (seguranças)", disse Gledson.

"O outro rapaz que participou da briga também se machucou e terá que passar por uma cirurgia no nariz", acrescentou o dono da casa noturna.

O investigador-chefe da Delegacia Sede do Município, Paulo Carvalhal, informou que nesta quarta-feira intimará todos os seguranças que estavam no local no último sábado para saber se a vítima os reconhece como os agressores.

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