Pedalar bicicletas e vestir uniformes de trabalhadores braçais foi a estratégia adotada por policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos para entrar em um ponto de tráfico de drogas vigiado por olheiros, em São Vicente. Agindo desta maneira, os investigadores não foram percebidos e conseguiram prender dois jovens em flagrante: Wesley de Souza Bicudo, de 19 anos, e Adriano Siqueira Silva, de 20.
A detenção dos jovens aconteceu no beco 489 da Rua João Serrano, no Parque Bitaru. Alvo de diversas denúncias anônimas, o local é um ponto de venda de entorpecentes. Ainda conforme dados da polícia, vários jovens atuam nesta região, a maioria em duplas, em turnos de revezamento durante 24 horas.
A retaguarda ao comércio ilícito fica a cargo de outros rapazes e até mesmo menores de idade. Munidos de celulares ou radiocomunicadores, eles se posicionam fora do beco e alertam os comparsas que estão dentro realizando o tráfico sobre a chegada de policiais ou de qualquer pessoa suspeita.
Disfarçados com roupas de funcionários de empreiteiras e conduzindo bicicletas, os policiais chegaram ao local sem chamar a atenção quando passaram por alguns jovens na entrada do beco.
Um pouco mais adiante, os agentes se depararam com Wesley e Adriano, que conversavam com um viciado.
Os acusados de tráfico receberam voz de prisão, sendo apreendidas com Wesley 24 cápsulas de cocaína e 30 pedras de crack. Adriano portava dez cápsulas de coca. Com o viciado foi encontrada uma pedra de crack que ele havia acabado de comprar. A quantia de R$ 54,00 em dinheiro, encontrada com os dois primeiros jovens, também foi recolhida pela equipe da DIG.
Morador no próprio beco, Wesley teve a casa revistada na sequência. No imóvel, a equipe encontrou materiais usados para embalar entorpecentes e um aparelho de CD automotivo que ele admitiu ter trocado com um “noia” (usuário de drogas).
Sem residência fixa, Adriano contou que estava passando alguns dias em uma casa no mesmo bairro, onde nada de irregular foi achado.
Wesley e Adriano foram autuados por tráfico e associação para o tráfico. Eles foram removidos ao Centro de Detenção Provisória de São Vicente. Alegando temer represálias, a dupla não revelou quem lhe fornece drogas. O viciado foi liberado após a elaboração de termo circunstanciado de porte de entorpecente.
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