quarta-feira, 29 de junho de 2011

Ex-vereador presta depoimento na Vara Criminal por porte ilegal de armas



O ex-vereador Germino de Souza, 44 anos, foi ouvido ontem pelo juiz da 1ª Vara Criminal do Fórum de Caraguatatuba, Fernando Augusto Andrade Conceição, no processo que responde pelo porte ilegal de armas. Ele foi preso no dia 18 de abril deste ano após policiais civis da Delegacia de Caraguá e da Seccional encontrarem em sua casa uma espingarda calibre 12 e um revólver calibre 38 com a numeração raspada.

A audiência durou cerca de uma hora e foram ouvidos, além do acusado, testemunhas de acusação e de defesa. Em seu depoimento, o ex-vereador declarou que teria sido vítima de uma armação e chegou a acusar a polícia de ter plantado as armas em sua casa no dia da operação.

Em outro momento, ele relatou que dois dias antes foi feita uma festa em sua propriedade e que as munições encontradas dentro da casa poderiam ter sido plantadas na ocasião. As testemunhas de acusação confirmam que essa foi à informação do acusado durante a ação.

O advogado do acusado, Daiton Nascimento, chegou a perguntar a várias testemunhas se já havia ouvido que um inimigo do réu traficava armas de fogo. Alguns negaram e outros admitiram ter ouvido falar. As testemunhas também classificaram o ex-vereador como uma boa pessoa e um homem trabalhador.

Como testemunha de acusação, o delegado titular de Caraguatatuba, Mauricio Ahvener de Siqueira e Silva, disse que no dia da operação foram feitas duas busca e apreensão, sendo uma na casa de Germino de Souza e outra na casa do comerciante Eliseu Onofre da Silva, o Ceará, que acusa o ex-vereador de ser o mandante de uma tentativa de homicídio contra a sua vida.

De acordo com relatos do delegado, o ex-parlamentar demorou cerca de 10 minutos para abrir a porta o que causou desconfiança. Durante as buscas os policiais teriam encontrado algumas munições no imóvel e o acusado falava que haviam armado para ele e que alguém queria incriminá-lo. “Tentamos entrar pela garagem, mas havia uma grade que impedia o acesso”, completou.
Disse ainda pela janela do quarto do ex-vereador avistou um quintal que dava para o terreno de parentes do réu, solicitou as policiais para verificarem o local e lá encontraram as duas armas jogadas, além de um pote de remédios, cheio de munições de calibre 38.

O delegado também acrescentou que durante a busca e apreensão o ex-vereador conversou com seu advogado, e que escutou ele dizendo que: “droga não tem aqui”, e só depois de uma pausa, “armas também não”.

O delegado lembrou ainda que dentro do quarto do acusado havia um circuito que dava para visualizar a rua, por meios de câmeras, que podem tê-lo alertado da possível ação da polícia. O ex-vereador, a ser levado para a delegacia, falava de um carro vermelho que parecia segui-los.

Toda a ação, segundo o delegado, teve como base mandados que foram solicitados à justiça como parte do processo de investigação que apura duas tentativas de homicídio e devido aos desafetos entre Souza e Ceará. Germino foi vítima de um atentado há alguns anos, ainda não esclarecido, e Eliseu sofreu uma tentativa de homicídio no ano passado, enquanto participava de uma reunião política no bairro Travessão.

Durante o depoimento, o ex-vereador, que encontra-se preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caraguatatuba, se mostrou emocionado e chegou a chorar em alguns momentos.

Durante o depoimento, ele admitiu ter usado durante um período o remédio que tinha no recipiente onde foram encontradas as munições, em cujo frasco de farmácia de manipulação constava seu nome.

Após os depoimentos do acusado e das testemunhas, o juiz da 1ª Vara Criminal deve emitir a sentença em 15 dias. O ex-vereador, que legislou no município entre 2005 e 2008, retornou para o CDP após a audiência onde deve aguardar julgamento.

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