Uma das reclamações mais frequentes nas penitenciárias é a superlotação, mas na nova unidade feminina em Tremembé, que tem capacidade para 600 presas, até sobram vagas. Os problemas por lá são outros. A Penitenciária Feminina II de Tremembé tem só dois meses de funcionamento. Mas o pouco tempo parece suficiente para mães ficarem indignadas.
Elas reclamam do tratamento que as filhas recebem. A maior reivindicação é o banho que, segundo uma mulher que não quer ser identificada, é gelado. “Cinco horas da manhã eles fazem a chamada. E já vem esse banho frio. Teve blitz semana passada, eles não pegaram nada, mas deram castigo para umas meninas. Elas ficaram sem comer o dia inteiro. No fim da tarde deram só pão. É um absurdo”, reclamou.
A penitenciária, que abriga 411 detentas, é a primeira do estado planejada e construída exclusivamente para mulheres. Além de espaço para saúde da mulher, o local tem creche, biblioteca, pavilhão de trabalho e visita íntima. Mas, de acordo com parentes, na prática toda essa estrutura não tem funcionado. “Eles não deixam a gente (parentes) entrar, é muito burocracia. Precisa de outra documentação, autenticação, enfim, é uma dor de cabeça”, reclama Vanderléia Santos, que é parente de uma detenta.
Ninguém da Secretaria de Administração Penitenciária quis gravar entrevista. Em nota, o governo estadual negou as acusações e afirmou que somente detentas que estejam com problemas de saúde ou amamentando tem direito a banho quente.
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