O delegado Carlos Alberto Delaye, titular do 92º DP, no Parque Santo Antônio (zona sul de SP), foi afastado do cargo ontem, por tempo indeterminado, pela Corregedoria da Polícia Civil por ter usado o número da delegacia no rótulo de garrafas de cachaças e vinhos. O emblema traz a foto do policial, fantasiado de caubói, o número 92 e o título: "Aqui o sistema é bruto".
Delaye afirmou que as bebidas são brindes para amigos e que a ideia surgiu de um conhecido que usou uma foto tirada em um parque para fazer o rótulo personalizado.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que a conduta do policial será apurada pela Corregedoria e que, caso não seja detectada infração disciplinar, ele será restituído ao cargo. Ontem, no fim da manhã, Delaye foi informado da decisão. A pasta ainda não disse, no entanto, quem assumirá o 92º DP.
Os sindicatos e as associação de delegados do Estado repudiaram a ação. Mesmo criticando, porém, consideraram divertida a iniciativa. Os representantes confirmaram a grande repercussão e disseram que a maioria dos policiais levou o episódio com bom humor. "Está todo mundo com a reportagem. Esse é o problema", lamentou o delegado.
Para especialistas em direito, a conduta do delegado fere a respeitabilidade do cargo. "Leva ao descrédito da instituição. Ele não pode trazer para o poder uma conduta própria", diz o professor de direito da PUC Clóvis Beznos. O professor de direito da USP Gustavo Justino de Oliveira diz que há funções em que o bom comportamento deve ser mantido fora do exercício profissional.
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