Um grupo de pelo menos 150 manifestantes enfrentou a polícia por mais de três horas na noite de ontem na região do bairro do Jaçanã (zona norte de SP). Três ônibus, um caminhão e um carro foram incendiados. Até a meia-noite de ontem, a polícia continuava na região para tentar controlar grupos menores de manifestantes que continuavam nas ruas do bairro.
Por volta das 18h30, cerca de 150 manifestantes incendiaram três ônibus e apedrejaram um quarto. Segundo testemunhas, homens mascarados dispararam com armas de fogo na direção de policiais. "Vi cinco homens com toucas ninjas mandarem um ônibus parar. Na sequência, incendiaram o ônibus. Depois, eles tentaram botar fogo em um segundo ônibus, mas foram impedidos pela polícia", disse o segurança Afonso Alves Carneiro Filho.
Segundo os moradores, a revolta ocorreu porque o homem que foi morto, conhecido na região como Cheirinho, não era criminoso. A PM não divulgou a identidade do suspeito nem se ele tinha passagem pela polícia.
Conforme testemunhas, policiais civis teriam sido recebidos a tiros, inclusive por tiros de fuzis, quando tentaram entrar em uma região de favela e tiveram que recuar. O policiamento no 73º DP (Jaçanã), que fica do lado da região do protesto, foi reforçado para evitar possíveis ataques.
Unidades da Tropa de Choque e da Rocam (policiais de motocicletas) chegaram ao local e foram recebidos com pedradas e garrafadas. Eles responderam com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os manifestantes fizeram barricadas com madeiras e pneus em chamas. O Corpo de Bombeiros precisou ser chamado para apagar o fogo. Centenas de moradores foram retidos em bloqueios e impedidos pela PM de retornar para casa por causa do confronto. A situação começou a se acalmar por volta das 21h50.
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