O Ministério Público apresentou à Justiça denúncia contra o investigador chefe da DIG de São José dos Campos e uma advogada da cidade. Eles são acusados, entre outros crimes, de tráfico de drogas.
Durante as investigações, os agentes do Ministério Público filmaram os acusados de participar da quadrilha. Quem mais aparece nas imagens é a advogada Marta Pugliese. Ela é ex-mulher do investigador Osmar Rocha dos Santos. Para o GAECO, grupo do Ministério Público que combate o crime organizado, a advogada Marta Pugliese tinha várias funções na quadrilha. “Ela visitava o preso, trazia recados e intermediava a compra de drogas”, disse Gustavo Albano Dias, promotor.
Marta e o policial foram presos no mês passado junto com outras doze pessoas, entre elas Vânia da Silva, irmã do bandido Walter da Silva, conhecido como Preá e que está preso em Avaré.
As investigações revelaram que, mesmo de dentro da prisão, Preá comandava um esquema de tráfico de drogas no Vale do Paraíba. O policial Osmar Rocha dos Santos utilizaria até uma viatura da Polícia Civil para transportar drogas. Já a irmã do preso, seria a gerente do bando.
Numa das gravações, Marta aparece carregando uma bolsa para dentro da viatura. Segundo a apuração Ministério Público, a mala estaria cheia de drogas. Os promotores dizem ainda que o motorista do carro seria o investigador Osmar. O advogado dele nega as acusações. “Ele não transportou cocaína até porque ele não dirigiu”, disse Luiz Antonio Lourenço da Silva, advogado do policial. “O Osmar não é”, completou.
O Ministério Público concluiu a investigação e apresentou a denúncia à Justiça. Os acusados podem ser condenados a 80 anos de prisão.
Todos negaram envolvimento com o tráfico de drogas em depoimentos. “É muito triste para o cidadão saber que paga os impostos e que tem uma viatura com combustível e um Policial Civil pago pelo estado, no transporte de entorpecente”, disse Sandra Rodrigues de Oliveira, promotora do Gaeco.
O advogado de Marta Pugliesi não quis dar entrevista. O Ministério Público também pediu a quebra do sigilo bancário e o bloqueio de uma conta corrente mantida por Vânia. A corregedoria da Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a participação do investigador Osmar no caso.
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