Nove integrantes de uma organização criminosa especializada em roubar e desviar medicamentos de hospitais públicos de São Paulo foram presos ontem. Após os roubos, os produtos eram vendidos em 50 cidades do país. Cerca de R$ 3 milhões em remédios foram apreendidos, mas parte dos produtos já estava com data de validade vencida.
Segundo a polícia, a organização atuava desde 2007 e causou um prejuízo de R$ 40 milhões ao Estado. Os medicamentos visados eram usados em tratamentos de câncer, hipertensão pulmonar, dor crônica, endometriose e doenças psiquiátricas --entre os produtos havia remédios que custam até R$ 10 mil (cada frasco).
Foram roubados o Hospital do Servidor Público Estadual, o Instituto do Câncer de São Paulo e a Farmácia Estadual da Vila Mariana, na capital, e o Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André (ABC).
A quadrilha, classificada pela polícia como a maior do país na área de roubo de medicamentos, tinha a ajuda de servidores públicos e de ladrões para desviar ou roubar os remédios das unidades de saúde. Em seguida, intermediários "esquentavam" a mercadoria usando notas fiscais falsas e a repassavam para distribuidoras envolvidas no esquema.
Os medicamentos eram vendidos para clínicas e hospitais privados de 50 cidades, em 20 Estados brasileiros e no Distrito Federal.
"Estamos investigando essas clínicas e esses hospitais. Quem tiver comprado remédios muito abaixo do preço poderá ser indiciado por receptação", disse o delegado Anderson Pires Giampaoli, do DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania).
Entre os suspeitos presos ontem está um empresário, apontado como o chefe do grupo, e seus três filhos, além de um ex-cunhado dele.
Outras oito pessoas já haviam sido presas em operações anteriores, entre elas, três servidores.
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