O tráfico é a principal porta de entrada dos jovens para o crime. Em Caraguatatuba, pelo menos metade dos menores presos na Fundação Casa tem relação com a venda de drogas.
E os casos estão cada vez mais alarmantes. Nesta semana, a polícia identificou, em Caraguá, um grande negociador de crack, de apenas 16 anos de idade. Com ele foram encontradas 122 pedras de crack. "É uma quantidade atípica encontrada com um menor; é uma quantidade grande", diz o delegado Wanderley Martins Jr.
O risco de uma pena mais leve e a chance de ganhar dinheiro fácil também encorajam os menores a cometer infrações. Se detidos, eles cumprem uma medida sócio-educativa e podem ficar reclusos por até 3 anos. Ainda segundo o delegado, a maioria dos crimes que os menores envolvem são de pequeno poder ofensivo à sociedade. Por isso, em geral, são de imediato liberados na delegacia.
Jovens que tiveram envolvimento no tráfico ainda representam a maioria nas unidades da Fundação Casa. Em Caraguatatuba, por exemplo, dos 31 internos, mais da metade negociava drogas na cidade.
Nas unidades de internação, os menores detidos por tráfico recebem uma atenção especial, para que eles não sejam seduzidos novamente a se arriscar com as drogas. De acordo com a diretoria da Fundação Casa, 14% dos menores detidos na unidade retornam a criminalidade. Mas a grande maioria volta à sociedade com uma profissão e deixa de lado o envolvimento com o crime.
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