Um delegado, seis policiais civis, três policiais militares e mais sete suspeitos foram presos ontem suspeitos de envolvimento com exploração de máquinas caça-níqueis na "Operação 11 de Setembro", realizada pela Corregedoria da Polícia Civil e pelo Ministério Público em Guarulhos, na Grande SP.
Segundo o Ministério Público, os policiais recebiam propina de donos de máquinas de caça-níquel para não apreender os equipamentos, que ficavam em estabelecimentos comerciais de Guarulhos, na Grande SP.
Além de explorar o jogo, a organização criminosa mantinha uma estrutura de montagem de máquinas caça-níquel e fabricação de componentes eletrônicos, diz a polícia. O mapeamento da estrutura da quadrilha foi feito por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça.
O delegado preso, segundo a Secretaria da Segurança Pública é do 73º Distrito Policial (Jaçanã). Os investigadores são todos de Guarulhos e os três policiais militares do 15º Batalhão da PM, sediado em Guarulhos. Todos eles estão presos temporariamente por 5 dias. A reportagem não conseguiu contato com representantes do batalhão e dos DPs.
Outros seis suspeitos, entre eles um ex-PM, estão presos temporariamente. Um sétimo suspeito foi preso em flagrante. Eles seriam os responsáveis por explorar as máquinas.
A ação de ontem aconteceu porque um ex-integrante do esquema foi ameaçado de morte pelos chefes da quadrilha e, em dezembro de 2008, fez denúncia ao "Jornal da Record", da Rede Record. Ele entrou no programa de proteção à testemunha e forneceu informações sobre a quadrilha.
A operação teve a participação de 200 policiais civis, 20 peritos e de uma equipe da Secretaria da Fazenda. A Corregedoria da PM e a Polícia Rodoviária Federal também deram apoio.
Foram cumpridos 16 mandados de prisão decretados pela Justiça. Uma das prisões foi feita em flagrante. Foram realizados ainda 80 mandados de busca e apreensão, parte deles no 1º, 3º, 6º, 7º e 9º DPs de Guarulhos.
Uma empresa usada na montagem e assistência técnica das máquinas caça-níqueis na Vila Formosa (zona leste de SP) foi vistoriada. Ela já havia sido investigada em 2007, quando o advogado Jamil Chokr, suspeito de liderar um esquema de corrupção com caça-níqueis que envolvia policiais civis de 71 das 93 delegacias da capital, bateu seu carro na Marginal Tietê.
Também foram apreendidos 15 carros e 15 motos com irregularidades fiscais em uma loja automotiva de um dos investigadores presos. Os presos responderão por formação de quadrilha e corrupção e os policiais por concussão (crime contra a administração pública feito por servidor).
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