Um vigilante que estava a poucos metros da ação é apontado pela polícia como testemunha-chave na investigação do assassinato da estudante Ana Cristina de Macedo, 17 anos. Segundo o relato dele, um dos guardas, descrito como "negro, alto e forte", sacou uma pistola e efetuou de seis a sete disparos contra os suspeitos. Um desses tiros, narrou a testemunha, acertou o pescoço da estudante.
Já os três guardas-civis envolvidos no caso afirmaram à polícia que apenas responderam aos tiros disparados por pelo menos dois dos três suspeitos de ter roubado um Ford Ka vermelho, à 0h de anteontem, no bairro de Cerâmica, em São Caetano do Sul (ABC).
No 95º DP (Cohab Heliópolis), os guardas-civis disseram que três revólveres calibre 38 foram usados na ocorrência. As armas foram apreendidas. "Precisamos agora verificar o projétil que será retirado do corpo da vítima para fazer o confronto de balística e saber se esse guarda suspeito de ser autor do disparo tem, de fato, uma pistola", declarou o delegado Gilmar Contrera, que admitiu que poderá solicitar uma acareação entre o guarda e a testemunha.
A suposta troca de tiros entre os guardas-civis e os suspeitos atingiu a estudante no momento em que ela voltava da escola para casa. A jovem ainda tentou se proteger atrás de um carro, mas foi atingida assim que se levantou. O crime foi o estopim para a onda de protestos em Heliópolis, onde a jovem morava.
Segundo Adenísio do Nascimento, supervisor da Guarda Civil Municipal de São Caetano do Sul, os guardas-civis se depararam com o carro roubado trafegando na contramão da avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, na Vila São José, bairro de São Caetano que faz divisa com a capital.
Assim que foi abordado, o motorista do Ford Ka teria dado início a uma fuga, em alta velocidade, em direção à favela. Houve perseguição.
Ao chegar à estrada das Lágrimas, já na capital, um dos guardas contou que atirou na direção dos pneus do Ka. Mesmo assim, disse, o motorista não parou. Com o disparo, o veículo acabou batendo em um Corsa em movimento.
Logo depois, dois homens --o motorista e um que estava no banco traseiro, ao lado da mulher-- desceram do veículo e continuaram a fuga a pé. Um deles já teria descido do carro atirando, afirmaram os guardas. Já testemunhas contaram que todos os tiros partiram dos agentes de São Caetano. A mulher de 31 anos, suspeita de ter participado do assalto, foi presa. Os comparsas conseguiram fugir.
Peritos do IC (Instituto de Criminalística) identificaram quatro disparos no carro da GCM. Um laudo, que deve ficar pronto em até 60 dias, vai dizer quando e de onde partiram os disparos.
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